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Zootecnista morre após tentar conter chamas em Cáceres, no Mato Grosso

Luciano da Silva Beijo foi socorrido e encaminhado ao pronto socorro do Hospital Regional em estado grave, mas não resistiu

Foto do author André Borges
Por André Borges
Atualização:

BRASÍLIA - Luciano da Silva Beijo, 36 anos, zootecnista de uma fazenda no Mato Grosso, morreu nesta quarta-feira, 9, após ser vítima de incêndio que tomava as terras da fazenda onde trabalhava, na cidade de Cáceres. Ele tentava apagar o fogo, mas tropeçou durante a ação e foi tomado pelo fogo.

Segundo informações da Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ), Luciano teve quase 100% do corpo queimado durante um incêndio em uma fazenda, às margens da BR-070, nas proximidades da Serra do Facão, em Cáceres, a 220 quilômetros de Cuiabá, na tarde de domingo, 6.

Luciano da Silva Beijo, zootecnista Foto: Facebook/Reprodução

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Ele e outros dois funcionários que trabalham na fazenda tentaram conter as chamas, mas foram surpreendidos por uma rajada de vento que propagou o fogo, fazendo com que as chamas chegassem do outro lado da estrada e se alastrassem no pasto da fazenda. “Todos correram, mas Luciano tropeçou, ficou preso e foi alcançado pelas chamas. Ele foi socorrido por outros funcionários e encaminhado ao pronto socorro do Hospital Regional de Cáceres em estado grave. Todavia, não resistiu e faleceu nessa madrugada”, afirmou a ABZ.

“A associação se solidariza com a família e amigos neste momento de tristeza pela perda desta grande profissional que realizou importantes contribuições em prol da agropecuária na região de Cáceres, em Mato Grosso”, declarou a ABZ. O profissional de zootecnia atua para que os animais vivam em boas condições, cuidando do peso, da saúde e da alimentação, além da reprodução e do melhoramento genético dos animais.

Na semana passada, o analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Welington Fernando Peres Silva,morreu em Goiás, vítima de queimaduras sofridas durante uma operação realizada no Parque Nacional das Emas

A Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional) informou, em nota de pesar, que Welington Silva, que era instrutor de combate a incêndios, combatia uma queimada que consumia a floresta do Parque Nacional das Emas, no dia 21 de agosto, quando uma mudança brusca nos ventos o deixou em meio ao incêndio. Ele chegou a ser levado às pressas para o Hugol, hospital em Goiânia especializado em queimaduras, mas seu estado de saúde era considerado gravíssimo.

"O colega lutou bravamente durante todos esses dez dias, porém na tarde de hoje não resistiu e faleceu", informou a Ascema e a Associação dos Servidores da Carreira de Especialistas em Meio Ambiente (Asibama) em Goiás. "É com profunda tristeza que lamentamos a perda do colega Welington", declararam as associações.

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As regiões do Pantanal e Cerrado estão sofrendo queimadas recordes neste ano. Reportagem publicada nesta terça-feira, 8, pelo Estadão mostrou que o número de focos de incêndio registrado no Pantanal entre janeiro e agosto deste ano equivale a tudo o que queimou no bioma nos seis anos anteriores, de 2014 a 2019, conforme informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os dados revelam que, entre janeiro e agosto, foram registrados pelos satélites do Inpe um total de 10.153 focos de incêndio no Pantanal, bioma que soma 150 mil quilômetros quadrados, localizados nos Estados do Mato Grosso (35%) e Mato Grosso do Sul (65%). O número de focos supera os 10.048 pontos de queimadas contabilizados pelo Inpe entre 2014 e 2019.

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