06 de outubro de 2012 | 03h08
Convidado a comentar a proposta do Tocantins, Paulo Bressan, diretor-presidente da Fundação Zoo, disse que não vê como a ideia poderia se sustentar. "É até difícil avaliar, de tão absurda. Eles falam em recriar aqui a cadeia natural, mas não seria natural, seria forçada", comenta.
Ele cita empecilhos práticos. "Esses animais não podem ser retirados da natureza. Leões que vêm para zoológicos não saem da África, onde estão ameaçados de extinção, mas de criadores na Europa. E no Brasil há uma sobra de leões de circo, velhos e fracos, que poderiam ir para um santuário, se a ideia é protegê-los. Mas um santuário não tem apelo comercial", diz.
Bressan também questiona o tamanho do empreendimento - 100 mil hectares. Essa condição, afirma, não pode ser chamada de cativeiro. Ao contrário, poderia configurar uma introdução de fauna exótica, o que é considerado crime ambiental. "Eles estariam simplesmente soltando os animais lá. Aqui o que fazemos não é só alimentar os bichos, mas eles são condicionados."
O veterinário pergunta o que seria feito da fauna local. "Colocar tudo junto é impraticável. E se tirarem os animais que estão lá, vão colocar onde? Imagina só limpar 100 mil hectares de fauna local para colocar exótica!" / G.G.
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