PUBLICIDADE

Virada ODS projeta futuro mais consciente para todas as gerações

Na abertura do evento no Pavilhão da Bienal, autoridades assumem compromisso com o desenvolvimento sustentável e visitantes exploram experiências sensoriais

Foto do author Leon Ferrari
Por Leon Ferrari
Atualização:

O branco do Pavilhão da Bienal no Parque Ibirapuera foi colorido pelas cores dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) nesta sexta-feira, 8, marcando o início da Virada ODS. O evento, que se espalha por outras regiões da cidade e vai até este domingo, 10, convida os visitantes a virar a chave para um geração mais consciente e saudável. Toda programação é gratuita.

O Pavilhão da Bienal, no Ibirapuera, ganhou as cores dos objetivos de desenvolvimento sustentável para a Virada ODS. Foto: Werther Santana/Estadão

PUBLICIDADE

“A Amazônia representa a saúde do mundo”, disse Ban Ki-moon, ex secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O diplomata pediu que o povo brasileiro tome conta da bacia hidrográfica do Rio Amazonas, caso contrário, não poderemos “respirar com segurança”. “Precisamos parar de derrubar florestas e plantar árvores.”

Alcançar os 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS), firmados enquanto ainda era secretário-geral, na visão dele, vai ajudar a “termos um futuro mais resiliente e próspero para todos”, em cenário em que ainda enfrentamos a pandemia e vivenciamos a Guerra da Ucrânia.

No entanto, Ki-moon destaca que o progresso das metas tem sido desigual ao redor do globo. “Precisamos de uma parceria global forte se queremos atingir os ODS.”

O diplomata destacou que a crise sanitária desacelerou o progresso e foi responsável pela reversão de algumas vitórias, com a intensificação de desigualdades, ao mesmo tempo em que as mudanças climáticas seguiram operando. “Temos de agir agora para salvar o futuro da humanidade”, alertou. “Não temos plano B, pois não temos um planeta B.”

Frente à urgência, o prefeito Ricardo Nunes assinou, na abertura do evento, uma declaração de comprometimento com a “Década de Ação”, iniciada em 2020, em busca dos ODS. Além de explicar que, por mais que São Paulo carregue a alcunha de “cidade de pedra”, a capital está alicerçada em três pilares: sustentabilidade, desenvolvimento econômico e social, com foco nos mais vulneráveis.

Em seu discurso, a secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy, frisou que “o amanhã depende de nós”. E que atingir os objetivos significa a “preservação de vidas dignas”. “O que conta mesmo é cada vida.”

Publicidade

Atividades

Enquanto no primeiro andar, autoridades nacionais e internacionais discursavam sobre a Agenda 2030 – composta pelos ODS –, a criançada se divertia e se conscientizava no segundo. Com experiências sensoriais, estudantes de escolas da capital foram instigados a pensar no seu papel para o desenvolvimento sustentável.

Alunos de escolas da capital visitam o Festival Green Nation, atração da Virada ODS, que vai desta sexta, 8, até domingo, 10, em São Paulo. Foto: Werther Santana/Estadão

O movimento de sustentabilidade, cultura e educação, Green Nation, criado em 2012, ocupou os 9,5 mil m² do segundo andar do Pavilhão com 14 estruturas interativas. Em um deles, os visitantes são levados ao fundo de um rio sujo. No chão, há lixo espalhado. Conforme ajudam a recolher os resíduos, as telas ao redor mostram o corpo d’água ficando mais limpo. Em outro, se tornam plástico e passam pelo processo de reciclagem.

“Encontramos uma metodologia que é eficaz, que traduz assuntos complexos e urgentes”, declara Marcos Didonet, idealizador do Green Nation. “As pessoas mergulham aqui, sem perceber que estão aprendendo, mas alguma coisa vai operar dentro do organismo dele, na perspectiva da emoção. Quando uma pessoa se emociona, ela muda de comportamento.”

PUBLICIDADE

A professora de ciências Suzie Rosane Martins, de 60 anos, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Deputado Januário Mantelli Neto, acompanhava uma turma de 30 alunos, com idades entre 11 e 14 anos, e destaca que o evento possibilitou dar materialidade ao que trabalha em sala de aula.

“Além de já trabalhar com esses assuntos na escola, é importante que eles vivenciem esses espaços e percebam que fazem parte deste planeta. Nós precisamos do planeta e o planeta precisa das nossas boas ações.”

Junto a ela, um grupo de cinco alunos comentava sobre a visita uma nave espacial que lhes mostrou diversos dilemas do nosso tempo e também aspectos da crise climática. “Dá uma aflição, um medo do futuro”, destaca Agatha de Melo, de 13 anos.

Publicidade

“Dá medo, porque não depende só da gente”, explica Julia Nunes Fernandes, de 13 anos. A estudante, porém, comenta que após a experiência se sente motivada a conscientizar outras pessoas a sua volta. “A gente pode compartilhar (essas informações) com outras pessoas.”

O professor Adilson Cardinali, de 48 anos, da Escola Municipal de Ensino Fundamental José de Alcântara Machado Filho, também avalia a importância de eventos como esse após o longo período de ensino remoto, que distanciou crianças uma das outras. “Eles estão se encontrando, tendo aquele contato com o outro novamente.”

Ele acompanhava um grupo de estudantes do ensino fundamental. Nos cabelos, os pequenos levavam flocos de neve artificial após um passeio pela Antártida. Letícia, de 9 anos, fez questão de falar sobre um dos aprendizados do dia: a importância da preservação ambiental: “Sem isso, a gente não teria comida e água.”

Ao final da tarde, do lado de fora do Pavilhão, em um gramado do Parque, um grupo de crianças, com no máximo 6 anos, fazia o lanche junto à professora. “Dá para reciclar isso”, falou uma menina com a embalagem de bolacha.

A programação completa, em cada localidade, está disponível no site oficial da Virada: https://viradaodssp.sp.gov.br/

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.