
18 de junho de 2015 | 10h27
CIDADE DO VATICANO - O papa Francisco publicou nesta quinta-feira, 18, a tão esperada encíclica Laudato Si, sobre questões ambientais. O texto foi considerado progressista em relação aos problemas relacionados ao meio ambiente. Confira quais são os tópicos mais importantes do documento elaborado pelo pontífice.
O papa pede "mudanças profundas" em estilos de vida, modelos de produção e consumo e de estruturas de poder.
Critica "a rejeição dos poderosos" e "falta de interesse dos demais" para com o meio ambiente
Afirma que a Terra "parece tornar-se cada vez mais um imenso depósito de imundície".
Pede para limitar ao máximo o uso de recursos não-renováveis, moderar o consumo e maximizar o uso, reutilização e reciclagem.
Refere-se a "uma indiferença geral" para o "trágico" aumento de migrantes "fugindo da miséria agravada pela degradação ambiental"
Critica a privatização da água, um direito "humano básico, fundamental e universal" e que "determina a sobrevivência das pessoas"
Assegura que as pessoas mais pobres sofrem "os efeitos mais graves de todas as agressões ambientais" e fala de "uma verdadeira dívida ecológica" entre "o Norte e o Sul"
Refere-se ao "fracasso" das cúpulas mundiais sobre meio ambiente, em que "o interesse econômico chega a prevalecer sobre o bem comum"
Aponta para o "poder ligado às finanças" como responsável por não prevenir e resolver as causas que originam novos conflitos
O papa considera necessário "recuperar os valores e os grandes fins arrasados por uma megalomania desenfreada".
"Quando não se reconhece (...) o valor de um pobre, de um embrião humano, de uma pessoa com deficiência, dificilmente serão ouvidos os gritos da mesma natureza".
Para o papa, "é uma prioridade o acesso ao trabalho para todos".
Entende que "às vezes pode ser necessário impor limites a quem tem mais recurso e poder financeiro".
Pede que as comunidades aborígenes se convertam nos "principais interlocutores" do diálogo sobre meio ambiente.
Critica a "lentidão" da política e das empresas, que estariam "longe de viver de acordo com os desafios mundiais".
O papa acredita que a "salvação dos bancos a todo custo (...) só pode gerar novas crises".
Critica que as crises financeiras de 2007-2008 não criaram uma nova regulação capaz de "repensar os critérios obsoletos que seguem regendo o mundo".
Assegura que as empresas "estão desesperadas pelo ganho financeiro" e os políticos "para conservar a aumentar o poder" - e não por preservar o meio ambiente e cuidar dos mais necessitados.
Crê que a solução requer "educação com responsabilidade ambiental na escola, na família, nos meios de comunicação e na catequese".
O papa encoraja os cristãos a serem "protetores da obra de Deus" porque "é parte essencial de uma existência virtuosa".
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