BRASÍLIA – O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, declarou que a origem do vazamento de petróleo em todo o litoral do Nordeste seria um “navio estrangeiro”. Salles não citou, porém, nenhum outro detalhe sobre o assunto.
O ministro participa de uma audiência pública na Câmara, para debater o desmatamento na região amazônica. “Esse óleo veio de um navio estrangeiro, ao que tudo indica”, disse Salles.
Na tarde desta terça-feira 8, o Estado revelou que investigações sigilosas realizadas pela Marinha e Petrobrás encontraram petróleo com a mesma “assinatura” do óleo da Venezuela em manchas que se espalham pelo mar na região Nordeste.
O poluente já foi identificado em mais de 138 pontos no litoral dos nove Estados da região. Segundo uma fonte do governo ouvida pelo Estado, trata-se do mesmo tipo de óleo extraído da Venezuela. A conclusão já foi comunicada ao Ibama, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente.
Não é possível dizer que todo o vazamento que atinge as praias do Nordeste tem a mesma origem, mas análises já realizadas em algumas manchas concluíram, com certeza, que se trata de material de origem venezuelana.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deixou a audiência pública da qual participava na Câmara escoltado por seguranças, que impediram a aproximação de jornalistas e de ativistas que queriam entregar a Salles a petição com 1,1 milhão de assinaturas contra o leilão de petróleo na área de Abrolhos. Durante quase quatro horas de audiência, Salles foi extremamente criticado por parlamentares da bancada ambientalista. O ministro voltou a defender as bandeiras do governo, dizendo que a Amazônia precisa buscar a preservação com desenvolvimento e culpou governos anteriores pela falta de recursos dos órgãos ambientais e ações criminosas na região. Sobre o Fundo Amazônia, programa que financia a proteção da floresta com recursos da Noruega e Alemanha, Ricardo Salles disse que o governo alemão sinalizou que teria interesse em manter a iniciativa. O ministro havia se comprometido em receber a petição com as assinaturas contra o leilão de petróleo em Abrolhos, mas se retirou sem falar com os ativistas.