União Europeia estuda corte de emissões de CO2 após 2020

Bloco quer estabelecer padrões para prolongar as discussões sobre os impactos das mudanças climáticas

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Por Priscila Arone e da Agência Estado
Atualização:

Altos representantes da União Europeia (UE) disseram nesta quarta-feira, 16, que o bloco quer estabelecer padrões para a luta contra o aquecimento global após 2020 para manter vivas as discussões sobre mudanças climáticas. "Os esforços sobre o clima não param em 2020", disse o primeiro-ministro da Suécia Fredrik Reinfeldt, cujo país está na presidência rotativa da UE até o final do ano.

 

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"É importante ter ideias e discussões para o que acontecer depois de 2020", disse ele aos jornalistas no Parlamento Europeu, antes de viajar para Copenhague com o chefe da Comissão Europeia, José Manuel Barroso.

 

A base dos esforços para combater as mudanças climáticas é limitar a média do aumento das temperaturas em todo o mundo em não mais do que dois graus Celsius acima dos níveis pré-industriais.

 

Como parte dos esforços para chegar a esse objetivo, a UE prometeu cortar suas emissões de dióxido de carbono em 20% até 2020, tendo como base os níveis de 1990, mas pode aumentar o corte para 30% se outros grandes poluentes tomarem medidas semelhantes.

 

Mas Reinfeldt disse que nem todos os países estão usando a mesma base para calcular seus compromissos de corte de emissões de dióxido de carbono - o principal gás de efeito estufa - e prevê que eles terão de se esforçar para nivelar a proposta europeia. "Os Estados Unidos começam em 2005, então eles têm outro ano-base", disse ele.

 

"Não temos a mesma definição. A questão importante é o que aconteceu entre 1990 e 2005 nos Estados Unidos? Bem, eles aumentaram suas emissões em 18%", disse ele. "Esta é uma questão importante".

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Ele disse que os Estados Unidos podem não nivelar a oferta da Europa, que se orgulha de ser a líder na luta contra o aquecimento global. "Ainda estudamos a obrigação de cortar 30% já em 2020, se outros países desenvolvidos fizerem o mesmo tipo de contribuição", afirmou.

 

A presidente do Partido Verde alemão, Rebecca Harms, disse que se a UE pode minar as conversações se desistir de sua oferta de redução de 30%, afirmando que a possibilidade de uma mudança é "extremamente preocupante no atual estágio das negociações".

 

"A UE vem balançando sua promessa sob os narizes de todos os negociadores há dois anos. Voltar atrás agora pode ameaçar de forma irreparável as conversações", disse ela em comunicado.

 

Mas Barroso disse ao Parlamento que a UE pretende estabelecer padrões futuros para as negociações sobre o clima com o resto do mundo. "Eu mencionei a possibilidade de haver algumas adaptações em nossa oferta, ou seja, a possibilidade de construir alguns atalhos além de 2020", disse ele. "Esta negociação não é sobre 2020, é sobre depois de 2020". As informações são da Dow Jones.

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