UE endireita rotas aéreas para cortar gastos e emissões de CO2

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Por DARREN ENNIS E PETE HARRISON
Atualização:

Legisladores europeus aprovaram nesta quarta-feira um plano para endireitar as rotas aéreas comerciais, com o objetivo de cortar o crescimento dos gastos com combustíveis e as emissões de dióxido de carbono em um cenário com um número cada vez maior de aeronaves. As companhias aéreas, que contribuem com cerca de três por cento da emissão de CO2 da Europa, gastam milhões de toneladas de combustível com seus aviões ziguezagueando entre os espaços aéreos nacionais nos 27 países da União Europeia. O plano Céu Único Europeu II pode cortar bilhões de euros de custos anuais das companhias aéreas, em um momento de recessão no qual órgãos da indústria acreditam que o tráfego possa cair cinco por cento neste ano. "Essas propostas levam a uma modernização do gerenciamento do tráfego aéreo, que vai fazer o transporte aéreo mais factível, mais sustentável e mais seguro", afirmou o comissário de transportes europeu, Antonio Tajani. A UE estabeleceu para si própria a meta de cortar as emissões de CO2 em um quinto abaixo dos níveis de 1990 até 2020, objetivando liderar o mundo em combater as mudanças climáticas, as enchentes, secas e a fome que essas tragédias podem trazer. Desinchar os 27 espaços aéreos em apenas nove até junho de 2012 é uma proposta vista como uma forma rápida de frear o aumento dos custos com combustível e as emissões, além de manter a segurança em um céu cada vez mais abarrotado de aeronaves. Um relatório da Comissão Europeia divulgado no ano passado afirmou que a rota de Lyon, na França, para Frankfurt, na Alemanha, é 40,7 por cento mais longa do que o necessário, enquanto o trajeto de Amsterdã, na Holanda, para Milão, na Itália, é 23 por cento maior do que pode ser na realidade. Mas Dudley Curtis, do grupo ambiental T&E, afirmou que os benefícios climáticos estão sendo exagerados, uma vez que a redução nos custos com combustíveis deixaria os preços das passagens mais baixos, aumentando a demanda por vôos. "Isso não deveria ser visto como uma desculpa para prolongar o tratamento especial da aviação - exclusão do Protocolo de Kyoto e isenções de impostos de valor acrescentado e de combustíveis", acrescentou. Membros do Parlamento Europeu aprovaram a medida, com 614 votos a favor e 47 contra. O Céu Único Europeu II é baseado em uma proposta de 2004 e que foi derrubada pelas nações da UE, relutantes em ceder o controle nacional do espaço aéreo. O plano deve aumentar a capacidade dos aeroportos, atualizar a tecnologia de radares e expandir o poder da Agência Europeia para a Segurança na Aviação (AESA), para que a entidade possa gerenciar aeroportos e o tráfego aéreo.

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