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UE corta verba para acordo sobre clima pós-Kyoto

O bloco de 27 países da UE tenta buscar uma unidade em sua contribuição para quebrar o impasse

Por PETE HARRISON
Atualização:

A União Europeia voltou atrás nos planos de dar bilhões de euros aos países pobres para convencê-los a ajudar a combater a mudança climática, mostra a minuta de um documento.

 

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O financiamento proveniente dos países ricos ao mundo em desenvolvimento emergiu como o principal obstáculo nas negociações sobre o clima que antecedem a conferência internacional de Copenhague em dezembro. A Etiópia alertou na semana passada que a África vetaria qualquer acordo em Copenhague que não fosse suficientemente generoso. O bloco de 27 países da UE tenta buscar uma unidade em sua contribuição para quebrar o impasse. "Um acordo sobre financiamento será central para se chegar a um acordo em Copenhague", diz a versão preliminar de um relatório da Comissão Europeia obtido pela Reuters na terça-feira. O bloco indicou na semana passada que poderia pagar entre 13 e 24 bilhões de euros (19 e 35 bilhões de dólares) anualmente para o mundo em desenvolvimento até 2020 a fim de ajudar a pagar uma conta total de estimados 100 bilhões de euros. Mas essa contribuição foi reduzida no começo desta semana a um valor entre 2 e 15 bilhões de euros, de acordo com o relatório intitulado "Um projeto europeu para o acordo de Copenhague". "Nós saudamos o fato de eles terem colocado números concretos sobre a mesa, mas os números são muito baixos", disse o ativista do Greenpeace Joris den Blanken. "Não há tempo para esses jogos políticos", acrescentou. "Nós temos apenas três semanas restantes para negociações ativas." Os números não devem ser finalizados antes de quinta-feira. Boa parte da redução no financiamento veio depois de a UE ter modificado sua perspectiva sobre como as reduções das emissões da indústria e das usinas deveriam ser financiadas no mundo em desenvolvimento. Cerca de 80 a 90 por cento desses cortes nas emissões ocorreriam via melhorias na eficiência energética, que se pagariam por si mesmas e deveriam ser financiadas pelas atividades empresariais locais, afirmou o relatório da Comissão. Den Blanken, no entanto, discordou, ressaltando a lentidão da própria UE em estimular investimentos em eficiência energética em casa. "O fato é que essas medidas custam dinheiro no começo e não dão retorno imediato", acrescentou ele. A União Europeia tem se mostrado interessada em provar aos países em desenvolvimento que é sincera em suas promessas de financiamento e recentemente sugeriu um "financiamento rápido" a partir de 2010 como prova de que está pronta para ajudar. Os países ricos deveriam mobilizar de 5 a 7 bilhões de euros por ano a partir de 2010, e a UE pode fornecer até 2,1 bilhões de euros desse valor, acrescentou o documento.

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