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Tratado não deve ser foco de luta contra efeito estufa, diz nova chefe da ONU

Para Christiana Figueres, tecnologia pode suprir lacuna entre metas oficiais e corte necessário de CO2

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Por Redação
Atualização:

Os países do mundo não têm escolha além de unir forças para deter o aquecimento global, mas fechar um acordo internacional obrigatório ainda este ano não deve ser o único foco, disse a nova chefe da ONU para as negociações climáticas, Christiana Figueres, que substitui Yvo de Boer a partir de julho.

 

Corte de CO2 na próxima década será insuficiente, diz ONU

 

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Christiana disse que "os governos enfrentarão este desafio pela simples razão de que a humanidade precisa enfrentar este desafio". "Não temos opção", acrescentou.

 

Ela afirmou, no entanto, que o esforço na busca de um acordo obrigatório que comprometa os países a reduções específicas de emissão de CO2 está mal colocado. Mesmo se um tratado assim foi firmado, ele jamais poderá ser definitivo, pois as matas mudam à medida que surgem novos dados científicos, argumentou.

 

"É muito simplista focalizar em: teremos um tratado obrigatório e, se sim, quando?", disse ela. "Não creio que venhamos a ter um acordo final sobre o clima, certamente não durante a minha vida".

 

Christiana se declarou otimista, a despeito da falta de progresso, até agora na conferência de duas semanas em Bonn. Esta é a primeira ampla negociação em torno da questão climática desde o fracasso do encontro de Copenhague, realizado no fim de 2009.

 

A falta de progresso levou De Boer a afirmar, na segunda-feira, que não é mais possível que os países concordem em cortes significativos antes de 2020. Ele disse, no entanto, que prevê cortes significativos para o longo prazo, até 2050.

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Mas a Noca chefe da ONU disse que os países industrializados ainda podem ser capazes de atingir os cortes tidos como necessários para 2020, embora até o momento os compromissos assumidos representem uma redução de 13% a 14% sobre os níveis de 1990, em vez dos 25% a 40% dados como necessários por cientistas.

A diferença pode ser suprida por tecnologia, disse ela, acrescentando acreditar que os governos estão trabalhando em melhorias.  "Também estou confiante que veremos avanços tecnológicos para preencher essa lacuna", afirmou.

 

As negociações de Bonn, que terminam na sexta-feira, 11, têm por objetivo abrir caminho para  a próxima cúpula das Nações Unidas sobre o tema, marcada para Cancún, no México, no fim do ano.

 

Os delegados estão discutindo um rascunho de tratado que ainda deixa todas as questões principais em aberto - particularmente, sobre que países devem cortar emissões e em que quantidade, e como gerar o financiamento necessário para que os países pobres combatam a mudança climática.

 

Houve pouco progresso, dizem os participantes, e ainda há uma ampla divisão entre países pobres e ricos sobre quanto cada grupo deve se esforçar.

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