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Terras indígenas causam ingovernabilidade, diz Bolsonaro

Em entrevista a youtuber, presidente diz que 'sempre se discutiu' que territórios seriam novos países no futuro. Sobre o Fundo Amazônia, ele disse que a Alemanha queria comprar o Brasil

Por Mateus Vargas
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse que o Brasil está “quase na ingovernabilidade no tocante às reservas”, fazendo referência a territórios indígenas reconhecidos. "A intenção dessas grandes reservas, e isso sempre se discutiu na ONU, é que, pela autodeterminação dos povos indígenas, seriam novos países no futuro", afirmou.

Brasil fecha o mês de junho com o maior número de focos de queimadas na Amazônia dos últimos 13 anos, de acordo com Inpe. Foto: Gabriela Biló/Estadao

A declaração ocorreu em entrevista à atriz e youtuber Antonia Fontenelle, apoiadora do presidente nas redes sociais, gravada na última sexta-feira, 30, e divulgada nesta segunda-feira, 2. O presidente voltou a afirmar que países, "como a Alemanha, em especial", estavam "comprando o Brasil via Fundo Amazônia". Disse ainda que a crise internacional pelas queimadas foi um momento duro: "Essa pancada aí de o 'capitão incendiário da Amazônia' foi barra pesada".

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Segundo Bolsonaro, o presidente da França, Emmanuel Macron, “mexeu com os brios” dos países amazônicos. As críticas sobre o Brasil foram contornadas pela articulação com outros países, como os EUA, disse. "Quando começou (a reunião da cúpula do) o G7, Macron estava isolado."

O presidente afirmou que os países amazônicos devem elaborar uma "nota conjunta" sobre a crise na região, além de reafirmar que "temos direito e vamos explorar de forma sustentável a região amazônica". 

Bolsonaro voltou a afirmar que será determinante para a escolha de novo procurador-geral da República a opinião do candidato sobre meio ambiente e "minorias". "Cada vez se quer mais terra pra índio. O próximo PGR tem de ser nota 7 em tudo. Não ser 10 num (ponto) e 2 no outro", afirmou.

O presidente disse que a listra tríplice para a escolha ao cargo é "invenção do passado" e que não precisa ser seguida. Segundo o presidente, há três nomes em análise para a chefia do MPF. "A senhora Raquel Dodge já falou que gostaria de ser reconduzida", disse, sem apontar se a atual PGR está no páreo para a escolha.

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