
09 de dezembro de 2009 | 09h47
A proposta da União Europeia (UE) de vetar repasses de recursos públicos dos fundos de Mitigação e de Adaptação para países emergentes, como Brasil, China, Índia e África do Sul, foi criticada ontem, em Copenhague, pelo secretário-geral do Painel do Clima da Organização das Nações Unidas (ONU), Yvo de Boer. Para ele, esses países devem, sim, receber dinheiro para ações de combate ao desmatamento, por exemplo. Mas para ele, a verba para adaptação deveria ser concentrada em nações mais vulneráveis.
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O plano da UE de excluir emergentes da partilha de recursos, que vem sendo costurado nos bastidores, foi revelado ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo De Boer, a discussão "é uma questão recente, que exige uma resposta nova" dos negociadores. Em entrevista coletiva, ele defendeu a reforma dos atuais mecanismos financeiros, mas disse que Brasil, China e Índia devem ter acesso a financiamentos para suas ações.
De Boer defendeu a melhor distribuição dos recursos, reequilibrando a relação entre emergentes e vulneráveis. "No mecanismo que temos no Protocolo de Kyoto, chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), 80% dos recursos financeiros vão para oito países (entre eles o Brasil)", declarou. O secretário-geral disse que "nações maiores" são mais capazes de atrair capital privado e que "países pequenos, em especial os da África, precisam de mais recursos públicos". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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