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SAIBA MAIS-Avanços e lacunas do encontro de Bali sobre o clima

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Por Redação
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As conversações sobre o clima em Bali, Indonésia, promoveram um acordo no sábado para o início de dois anos de negociações para um pacto amplo de combate ao aquecimento global. Como parte do encontro entre cerca de 190 nações, outras questões urgentes de auxílio aos países em desenvolvimento foram discutidas. A seguir, o que foi acordado, e o que não foi, durante as negociações: DOIS ANOS DE DIÁLOGO Negociadores concordaram em iniciar dois anos de negociações para o novo acordo que vai suceder o Protocolo de Kyoto, o principal tratado para o combate às mudanças climáticas até 2012. O novo acordo vai incluir países como os Estados Unidos, China e Índia. As negociações vão começar com um encontro em abril de 2008 e terminar com a adoção de um novo tratado em Copenhage no fim de 2009. Um recuo dos Estados Unidos permitiu se chegar ao entendimento após uma sessão dramática em que Washington foi vaiado por se opor às exigências de nações pobres para que os países ricos façam mais para ajudar a combater o aquecimento. AMBIÇÃO PARA COMBATER MUDANÇAS CLIMÁTICAS Não era esperado que o encontro de Bali definisse metas de emissão de gases de efeito estufa, mas as conversações marcaram a intenção global de "profundos cortes em emissões globais" para evitar mudanças climáticas perigosas. O texto final faz distinção entre países ricos e pobres, pedindo que nações desenvolvidas considerem cortes de emissão "quantificados" e países em desenvolvimento "ações de mitigação". FUNDO DE ADAPTAÇÃO O encontro de Bali concordou em lançar um fundo da ONU para ajudar nações pobres a lidar com os efeitos de mudanças climáticas como secas ou enchentes. O Fundo de Adaptação tem no momento apenas 36 milhões de dólares, mas deve crescer para entre 1 a 5 bilhões de dólares por ano até 2030, se os investimentos em tecnologias verdes em nações desenvolvidas crescerem. O acordo, permitindo que o fundo comece em 2008, eliminou os entraves de administração ao dividir a responsabilidade entre a Global Environment Facitity, que financia projetos de energia limpa, e o Banco Mundial. O fundo terá 16 membros com forte representação das nações em desenvolvimento. PRESERVAÇÃO DE FLORESTAS TROPICAIS Um esquema pague-e-preserve conhecido por reduzir emissão advindas do desmatamento em países em desenvolvimento (REDD) quer permitir a venda por nações pobres de créditos de gás carbônico para países ricos a partir de 2013, em retorno por não destruir suas florestas. As nações reconheceram a necessidade urgente de ações para a redução das emissões de gás carbônico e metano das florestas tropicais. O esboço da decisão encoraja as partes a promover projetos-piloto contra as principais causas do desflorestamento. CAPTURA E ARMAZENAMENTO DE GÁS CARBÔNICO O encontro adiou até o próximo ano as considerações sobre um plano para financiar uma tecnologia ainda sem testes que captura e enterra o dióxido de carbono, emitido por usinas de energia que queimam combustíveis fósseis. Alguns países querem capturar e armazenar para se qualificar para crédito de carbono. HFCs Bali falhou em chegar a um acordo sobre a permissão às companhias para a venda de créditos de carbono da destruição de novas produções de poderosos gases de efeito estufa chamados de hirdrofluorcarbonetos (HFCs). TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA O esboço final pede mais recursos financeiros e investimentos para países em desenvolvimento na adaptação, mitigação e cooperação tecnológica, especialmente para os mais vulneráveis. A transferência de tecnologia é uma exigência chave das nações em desenvolvimento. Elas afirmam que não devem ter que sacrificar crescimento para combater o aquecimento global, mas não podem arcar com os custos de tecnologias limpas que permitiriam a expansão da economia associada à redução das emissões. (Compilado por Alister Doyle, Gerard Wynn, Emma Graham-Harrison e David Fogarty)

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