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Reunião de Bali diminui chances de impor limites a países pobres

Por GERARD WYNN
Atualização:

Diminuiu na sexta-feira a chance de que grandes países em desenvolvimento, como China e Brasil, aceitem limites às emissões de carbono como parte das negociações lançadas nesta semana em Bali, na Indonésia. "Nada está descartado", disse Yvo de Boer, diretor do Secretariado da ONU para a Mudança Climática e anfitrião do encontro de 190 países num luxuoso balneário da ilha de Bali, de 3 a 14 de dezembro. "Compromissos compulsórios para os países em desenvolvimento não estão fora da mesa, mas estamos nos arrastando até a beirada", disse ele, numa referência às dificuldades nas negociações para um tratado que suceda ao Protocolo de Kyoto, que expira em 2012. O objetivo é que até 2009 seja definido um tratado mais amplo e ambicioso contra o aquecimento global. Na reunião de Bali, os delegados precisam encontrar termos que sejam igualmente palatáveis para os países ricos, como EUA e Japão, que defendem a inclusão das nações em desenvolvimento no esquema, e para os países como China e Índia, que querem ser pagos para isso. "As negociações sobre o futuro estão indo muito bem", acrescentou De Boer. De acordo com ele, a maioria dos países ricos aparentemente concorda que é cedo para esperar limites às emissões de gases do efeito estufa nos países em desenvolvimento. Isso porque na China, por exemplo, a emissão per capita de carbono é de 4 toneladas por ano, bem abaixo das 20 toneladas anuais por norte-americano. Muitos países em desenvolvimento se dizem comprometidos com limites para as emissões, mas querem incentivos como tecnologias "limpas" e ajuda econômica. Cerca de 12 ministros de Comércio vão se reunir no fim de semana em Bali. Na segunda-feira, haverá um encontro de ministros de Economia. Mais de 20 representantes de grupos indígenas realizaram uma manifestação diante do centro de convenções em Bali. Eles diziam que foram proibidos de entrar para um encontro agendado. Os indígenas temem estar sendo marginalizados por um sistema, em discussão em Bali, que permitiria que os países pobres ganhassem dinheiro vendendo créditos de carbono para preservar suas florestas. (Reportagem adicional de Alister Doyle e David Fogarty)

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