Relatório da ONU pede ação para minimizar impacto desastres

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Por Redação
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O futuro na Terra com temperaturas mais extremas e mares em elevação exigirá um planejamento melhor para os desastres naturais a fim de salvar vidas e limitar as perdas econômicas, defendeu a Organização das Nações Unidas (ONU) na quarta-feira em um grande relatório sobre os efeitos da mudança climática. O painel do clima da ONU disse que todos os países estarão vulneráveis ao aumento das ondas de calor, às chuvas mais intensas, às inundações e ao provável aumento na intensidade das secas. Voltado em boa parte às autoridades e aos formuladores de políticas públicas, o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) deixa claro que os países precisam agir agora, porque o clima cada vez mais extremo já é uma tendência. A necessidade de ação tornou-se mais aguda, já que a população mundial em crescimento coloca mais pessoas e mais bens na rota do desastre, elevando o risco econômico, diz o relatório. O título do relatório dá o recado: "Gerenciando os riscos de eventos extremos e desastres para avançar a adaptação à mudança climática." A Ásia é o continente mais vulnerável aos possíveis desastres. O Leste Asiático e o Pacífico estão diante dos custos de adaptação mais elevados. O relatório de 594 páginas e autores de 62 países é a avaliação mais atualizada do órgão mundial sobre os riscos da mudança climática. A mensagem geral é de que já se sabe o bastante sobre os riscos para as autoridades começarem a tomar decisões sobre como lidar com eles. O lançamento ocorre depois da divulgação do sumário executivo do relatório em novembro após uma extensa revisão feita por cientistas e autoridades governamentais e é baseado em milhares de estudos científicos. "Poucos países parecem ter adotado uma abordagem ampla - por exemplo, lidando com as mudanças projetadas na exposição, vulnerabilidade e nos extremos", diz o relatório. Adicionar isso ao planejamento do desenvolvimento nacional é crucial. A seguradora Munich Re diz que desde 1980 os desastres relacionados ao clima no mundo mais do que triplicaram. Lindene Patton, principal executiva para produtos climáticos da Zurich Financial Services, disse que o relatório é especialmente útil a seguradoras que confiam em suas avaliações científicas "para ajudar nossos clientes a viver e trabalhar com sucesso no mundo natural". O relatório, porém, deixou de lado a questão politicamente delicada de exigir uma ação mais dura para limitar as emissões dos gases de efeito estufa, aos quais se atribui o aquecimento global. (Por David Fogarty e Deborah Zabarenko)

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