Recessão provoca corte recorde nas emissões de CO2 da Europa

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Por ALISTER DOYLE
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A recessão provocou uma redução recorde de 7,2% nas emissões de gás estufa da União Europeia em 2009, colocando o bloco à frente do cronograma planejado de cortes, indicaram dados europeus nesta quarta-feira, 20. "A força da recessão de 2009 afetou todos os setores econômicos da UE," disse em relatório a Agência Ambiental Europeia, com sede na Dinamarca. "O consumo de combustíveis fósseis caiu em comparação com o ano anterior, principalmente o de carvão." As emissões de gás estufa no bloco de 27 nações caíram do equivalente a 4,96 bilhões de toneladas de dióxido de carbono em 2008 para 4,60 bilhões em 2009, de acordo com um relatório técnico apresentado para o Secretariado de Mudança Climática da Organização das Nações Unidas (ONU). Essa queda de 7,2 % - de 354 milhões de toneladas ou quase o mesmo tanto que as emissões anuais da Espanha ou da Polônia - foi bem mais acentuada do que qualquer outro declínio desde 1990, quando os países ricos começaram a reunir os dados seguindo tratados da ONU. O relatório não informou o quanto as emissões poderão voltar a crescer com o retorno do crescimento econômico em 2010, mas disse: "A recessão em 2009 acelerou, temporariamente, a tendência de baixa nas emissões totais de gás-estufa." A redução, ampliando os cortes pelo quinto ano consecutivo, deixa as emissões 17,6% abaixo dos 5,59 bilhões de toneladas emitidos no ano-base da ONU de 1990 e perto do objetivo unilateral europeu de cortar as emissões em 20% abaixo dos níveis de 1990 até 2020. A UE havia dito que aumentaria o corte para 30% , caso outros países industrializados estabelecessem metas dentro de um futuro tratado da ONU para evitar mais enchentes, secas e elevação do nível dos oceanos. No mês passado, sete países da UE, incluindo Alemanha e Grã-Bretanha, defenderam que o bloco aprofunde a meta para 2020. A comissária da UE para a Mudança Climática, Connie Hedegaard, apresentou uma estratégia apontando um caminho de baixo custo para um corte de 25 por cento até 2020.

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