Promessas ainda causariam aumento de 3 graus na temperatura--ONU

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Por Redação
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As promessas de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa feitas até agora por todos os países ainda implicariam um aumento de 3 graus Celsius na temperatura média do planeta, o que está acima de muitas estimativas sobre o que seria uma alteração climática "perigosa", segundo um documento da ONU ao qual a Reuters teve acesso nesta quinta-feira. Esse texto preparado pelo Secretariado de Mudança Climática para uso interno da Organização das Nações Unidas (ONU), datado de 15 de dezembro, diz que as atuais promessas nacionais não são suficientes para limitar o aquecimento médio a 2 graus --número estabelecido pelos países industrializados como limite para evitar os piores efeitos da mudança climática, como secas, inundações, elevação do nível dos mares e extinção de espécies. O volume das reduções das emissões é um dos principais assuntos em discussão na conferência climática de Copenhague, que termina na sexta-feira com a presença de cerca de 120 líderes mundiais. De acordo com o documento da ONU, as atuais promessas ainda superam o limite seguro de emissões em 1,9 a 4,2 bilhões de toneladas de gases do efeito estufa por ano até 2020. Isso resultaria em "um caminho insustentável que poderia levar a (...) um aumento de temperaturas de cerca de 3 graus." Por isso, segundo o texto, outras medidas são "possíveis e necessárias", e os países industrializados talvez tenham de reduzir suas emissões de forma mais intensa do que se imaginava. Os técnicos levaram em conta também as metas de redução anunciadas por grandes países em desenvolvimento, como China e Índia. Em 2007, uma comissão científica da ONU, o IPCC, recomendou reduções de emissões na ordem de 25 a 40 por cento até 2020, em comparação aos níveis de 1990. Dessa forma, haveria 50 por cento de chance de que o aquecimento fique abaixo de 2 graus. O novo documento da ONU diz que, para manter o aquecimento em 2 graus, seria necessário que as nações ricas reduzissem suas emissões em 30 por cento até 2020, em comparação a 1990. Já os países em desenvolvimento deveriam cortar as emissões em 20 por cento. O IPCC sugeriu que os países em desenvolvimento reduzissem as emissões em 15 a 30 por cento. (Reportagem de Gerard Wynn)

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