BRASÍLIA - O porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, reforçou nesta terça-feira, 27, que o governo não descarta receber ajuda de US$ 20 milhões, equivalente a R$ 83 milhões, oferecida pelos países do G-7. A versão contrasta com o que foi dito nesta segunda-feira, 26, pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ao portal G1 e pela assessoria de imprensa do Planalto, que descartaram usar os recursos.
O recuo, no entanto, já havia sido sinalizado por Jair Bolsonaro na manhã desta terça-feira, 27, quando disse reconsiderar a ajuda caso o presidente da França, Emmanuel Macron, retire "insultos" contra ele. O porta-voz disse que a mudança de versões não é um recuo de Bolsonaro. "O presidente avança em direção ao bem-estar da nossa sociedade", disse.
Segundo o general, a condição para receber qualquer ajuda externa é que o Brasil terá "governança total" sobre como será aplicado o recurso. Rêgo Barros afirmou que o governo estudará se é "possível acatar" a ajuda.
Questionado mais de uma vez se uma das condições para receber ajuda do G7 é retratação do presidente da França, Rêgo Barros desconversou. "O governo brasileiro está aberto a receber suporte financeiro de organizações e países. O ponto essencial (para aceitar a ajuda) é que este dinheiro terá governança total do povo brasileiro", disse. "Se o G-7 oferecer a ajuda como organismo internacional, e o Brasil entender que é possível acatar, será acatado", reforçou.
Rêgo Barros disse que o ministro Onyx apresentará a Bolsonaro na quinta-feira, 29, ações estudadas de curto, médio e longo prazo para a Amazônia. Segundo o porta-voz, o presidente decidirá quando e de que forma anunciar as medidas. Ele não detalhou o que está em estudo, mas sinalizou que inclui definição sobre uso de ajudas externas, como do Fundo Amazônia e G-7, além de medidas que podem passar pelo Congresso, como alteração na legislação ambiental e sobre exploração de terras demarcadas. O general ainda afirmou que o governo "não rasga dinheiro e não rasgará".