Pesquisadores americanos que passaram cinco anos atirando em mais de 1.000 baleias com dardos de coleta de tecidos descobriram níveis surpreendentemente altos de metais pesados e tóxicos nos animais, por toda a viagem de 140.000 quilômetros dos animais.
'Plano de Paz' entre nações baleeiras e oponentes à caça fracassa
Os níveis de cádmio, alumínio, cromo, chumbo, prata, mercúrio e titânio podem afetar a saúde tanto da vida marinha quanto das pessoas que consomem frutos do mar, disseram os cientistas.
Análises das células das baleias mostram que a poluição está chegando às partes mais remotas do oceano, das profundezas da região polar ao "meio do nada", nas zonas equatoriais, disse o biólogo Roger Payne, fundador e presidente da Ocean Alliance, que conduziu a pesquisa.
"Toda a vida no oceano está carregada com uma série de contaminantes, a maioria dos quais foi lançada por seres humanos", disse Payne nos bastidores da reunião anual da Comissão Baleeira Internacional (CBI).
"Esses contaminantes, creio, estão ameaçando a alimentação humana. Certamente estão ameaçando as baleias e outros animais que vivem no oceano", afirmou.
No fim, acrescentou, podem contaminar os peixes, que são uma fonte primária de proteína animal para 1 bilhão de pessoas.
"Seria possível argumentar muito bem que esta é a maior ameaça individual à saúde já enfrentada pela espécie humana. Desconfio que encurta vidas, se estiver acontecendo".
A Comissária de Baleias de governo dos EUA, Monica Medina, informou as 88 nações que tomam parte da CBI dos resultados.