
28 de novembro de 2019 | 12h10
BRUXELAS - Parlamentares da União Europeia declararam "emergência climática" nesta quinta-feira, 28. O ato é em grande parte simbólico para aumentar a pressão por ações contra o aquecimento global.
Diante de padrões climáticos cada vez mais irregulares, que vão de incêndios florestais na Austrália a inundações na Europa, sendo ligados à mudança climática, os governos estão sob pressão para encontrarem soluções urgentes na cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorre na Espanha entre 2 e 13 de dezembro.
O Legislativo da UE aprovou a declaração com 429 votos a favor, 225 contra e 19 abstenções. "Não se trata de política, é questão de nossa responsabilidade em comum", disse o presidente do comitê climático do Parlamento, Pascal Canfin, do grupo Renovem a Europa.
Os contrários reclamaram da palavra "emergência", dizendo que era drástica demais e que "urgência" bastaria.
Cientistas e ativistas alertam que, apesar de tais declarações, ainda faltam ações para se cumprir a meta do Acordo de Paris de cortar emissões o suficiente para manter o aumento de temperatura em 1,5 a 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais.
As 28 nações da UE compõem o primeiro bloco multilateral a declarar uma emergência climática, mas se somam a diversos países e cidades que vão da Argentina ao Canadá e de Nova York a Sydney. Grupos ativistas elogiaram a votação, mas querem mais ação. "Cinco anos atrás, ninguém teria esperado que o Parlamento Europeu declararia uma emergência climática, então existe algum progresso", disse Sebastian Mang, representante do Greenpeace na UE, acrescentando que "cortes drásticos" nas emissões precisam ocorrer em seguida.
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