05 de junho de 2022 | 00h01
Não existe solução para a Amazônia que não passe pelas populações tradicionais. Desde a produção do pescado até a cadeia de produção de produtos tipicamente amazônicos, como o açaí, a castanha e vários óleos como o de palma, o chão da floresta é que deve ter o protagonismo. O que não significa que redes intrincadas de valor, com a participação do setor privado, da academia, de ONGs e do governo, não tenham de atuar como facilitadores de todo o processo.
“Essas iniciativas abrem precedentes e constroem redes de relacionamentos e parcerias entre diversos atores, fortalecendo o ecossistema”, afirma Monica Kruglianskas, coordenadora de Sustentabilidade da FIA Business School, em São Paulo.
Entre ações em curso na maior floresta tropical do planeta, por exemplo, existem ONGs e empresas que visam aproximar o produtor dos seus principais mercados. O desenvolvimento sustentável a partir do conceito da bioeconomia, que também colabora bastante com o enfrentamento das mudanças climáticas globais, tem como um dos alicerces contemporâneos as chamadas soluções baseadas na natureza.
“Se não barrarmos o aumento da temperatura do planeta ainda nesta década, estaremos sujeitos a sofrer com maior frequência e intensidade as consequências desses eventos extremos, como cientistas de todo o mundo têm alertado nos relatórios do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas das Organizações das Nações Unidas”, afirma Paulo Barreto, pesquisador associado do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Preservar e replantar
Além de iniciativas que ajudam na geração de renda e na manutenção da floresta em pé, a restauração das áreas desmatadas ou degradadas também é um caminho interessante, na visão de pesquisadores que estudam a Amazônia. Aproximadamente 20% da Floresta Amazônica, mostram as imagens de satélite, está ceifada. Outros 16% do ecossistema se encontram em estágios variados de degradação.
O crescimento das árvores não apenas dá chance para a biodiversidade tentar voltar – é muito difícil do ponto de vista técnico recuperar um bioma em 100% – como ajuda no combate ao aquecimento global. “Durante o seu crescimento, a floresta vai tirando gás carbônico da atmosfera e isso é muito importante para combater a emergência climática que vivemos”, explica Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP).
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