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Papa defende prudência em decisões sobre meio ambiente

Por PHILI
Atualização:

As decisões sobre o impacto das mudanças ambientais deveriam ser tomadas de forma prudente, evitando conclusões precipitadas, pressões ideológicas e medidas unilaterais, afirmou o papa Bento 16 em uma mensagem de paz divulgada na terça-feira. O pontífice alemão também defendeu o desmantelamento das armas nucleares e uma efetiva desmilitarização do mundo, manifestando preocupação com o fato de um número crescente de países desejar aparentemente adquirir armamentos atômicos. A mensagem dele, "A Família Humana, uma Comunidade da Paz", manifestou ainda a oposição da Igreja Católica ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, afirmando que qualquer debilitação do modelo tradicional de família colocaria um "obstáculo objetivo no caminho da paz". A Igreja Católica celebra o Dia Mundial da Paz em 1o de janeiro, e a mensagem escrita do papa costuma ser enviada aos chefes de governo do mundo todo e a organizações internacionais. O meio ambiente ocupou grande parte do texto e, apesar de sua divulgação coincidir com a conferência sobre o clima realizada atualmente em Bali, na Indonésia, sob o comando da Organização das Nações Unidas, o papa não mencionou o encontro. A conferência pretende lançar as negociações sobre um acordo capaz de suceder o Protocolo de Kyoto, selado em 1997. "A humanidade de hoje se preocupa, justificadamente, com o equilíbrio ecológico do futuro", disse. Para ele, os esforços para proteger o meio ambiente deveriam buscar "um acordo sobre um modelo de desenvolvimento sustentável capaz de garantir o bem-estar de todos sem desrespeitar o equilíbrio ambiental". "A prudência não significa ignorar as responsabilidades e adiar as decisões", mas sim um comprometimento em adotar decisões conjuntas e não unilaterais, acrescentou. O papa dedicou uma outra parte da mensagem às questões atômicas e à defesa do desarmamento. "A humanidade de hoje experimenta, desafortunadamente, grandes desavenças e conflitos acirrados que atiram sombras negras sobre o futuro", afirmou, lamentando o fato de ainda haver países que possuem armas nucleares. Bento 16 defendeu uma "desmilitarização efetiva" do mundo, afirmando que há um número excessivo de países em desenvolvimento envolvidos em corridas armamentistas e alocando seus parcos recursos na obtenção de armas. Os esforços para conter a proliferação dos armamentos nucleares parecem estar paralisados, disse. "Sinto-me obrigado a rogar aos dirigentes que retomem, com maior determinação, as negociações rumo a um desmantelamento progressivo e mutuamente acordado das armas nucleares existentes."

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