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País precisa avançar na operação de ônibus elétricos sustentáveis

Mundo dá sinais de guinada no setor, mas Brasil ainda enfrenta desafios. Custo dos veículos é um dos problemas

Por Eduardo Geraque
Atualização:

No início do mês, uma forte sinalização para o setor de transportes mundial veio do Parlamento Europeu. Os legisladores do bloco aprovaram a proposta que proíbe a venda de carros novos movidos a motor a combustão a partir de 2035. Por mais que a costura desse acordo contra as mudanças climáticas ainda precise ser aprovada dentro de cada país da Comunidade Europeia, está claro que a solução ambiental representada pela chamada eletromobilidade veio para ficar.

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“O Brasil, nessa questão, por exemplo, dos veículos elétricos, está ficando cada vez mais descolado do resto do mundo”, afirma Adalberto Maluf, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Conforme atesta o Guia da Eletromobilidade, publicado em fevereiro pelo governo federal em parceria com o BID, dos 500 mil ônibus elétricos que rodam no mundo, 250 circulam no Brasil. O País, inclusive, está atrás da Colômbia e Chile, que criaram e implementaram políticas públicas para o setor.

“Da questão de saúde pública e em termos da redução de emissões de gases de efeito estufa que contribuem para as mudanças climáticas globais não existe discussão sobre a efetividade dos ônibus elétricos”, afirma Cristina Albuquerque, gerente de mobilidade urbana do WRI Brasil.

Programa de Metas da Prefeitura prevê que 20% da frota seja de ônibus elétricos até 2024 Foto: Werther Santana/Estadão - 16/06/2022

Um dos estudos de caso mais exemplares em todo mundo é o processo de eletrificação das frotas de ônibus e táxis ocorrido na cidade de Shenzhen, no sudoeste da China. Em 2017, a localidade tornou-se a primeira do mundo a eletrificar 100% dos seus 16 mil ônibus elétricos e 22 mil táxis. O projeto começou em 2009 e os testes de circulação dos veículos ocorreram, de fato, a partir de 2011.

De acordo com a especialista do WRI, enquanto o Brasil, hoje, tem algumas cidades que estão com projetos para avançar na eletrificação de suas frotas, ainda faltam políticas públicas nacionais sobre o tema, para organizar novos modelos de negócios e, também, atrair investidores privados para a operação das frotas.

Em setembro de 2019, a Prefeitura assinou os novos contratos e, em novembro, os primeiros 15 ônibus elétricos à bateria foram adquiridos pela empresa Transwolff, uma das operadoras contempladas na licitação. Hoje, de acordo com a SPTrans, estão operando na cidade de São Paulo 219 ônibus elétricos, dos quais 201 trólebus e 18 movidos a bateria. O Programa de Metas da Prefeitura prevê que 20% da frota seja de ônibus elétricos até 2024.

“A grande barreira ainda é financeira. Porque o custo dos ônibus elétricos em si são muito caros (a estimativa média é de um valor 2,5 vezes maior do que o veículo a diesel). Uma das saídas é separar a compra ou o aluguel dos veículos da operação”, explica Cristina.

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