05 de dezembro de 2009 | 17h26
A posição proativa do Brasil entre os emergentes nas discussões sobre o aquecimento global mereceu elogios e também reparos da senadora Marina Silva (PV-AC), ex-ministra do Meio Ambiente e pré-candidata à presidência da República. Para Marina, o Brasil "está se comprometendo menos do que poderia", ao definir o corte de gases do efeito estufa entre 36,1% e 38,9% sobre o que o País emitiria em 2020.
Ela lembrou que em dez anos vários países da União Europeia e os Estados Unidos devem precificar e taxar o carbono de produtos importados. "A sociedade brasileira, em seus mais diversos segmentos, já está percebendo que não podemos mais esperar, sob pena pagar um preço muito alto em termos econômicos", afirmou em entrevista à Agência Estado. A ex-ministra embarca dia 11 para Copenhague, onde participa da conferência do clima, que vai até o dia 18.
O fato de os Estados Unidos, maiores poluidores globais, apresentarem metas ajuda nas discussões rumo a soluções para os problemas decorrentes da mudança climática. "Ao entrar no debate, dificilmente eles (os EUA) vão querer rebaixar as discussões que tivemos ao longo dos últimos 10 anos", disse. Apesar de destacar o avanço, a ex-ministra considera as metas apresentadas pelos Estados Unidos e pela China "muito aquém" do necessário. Os EUA se comprometeram com redução de 17% até 2020 e a China em cortar até 2020 a intensidade de suas emissões de 40% a 45% por unidade do PIB em relação ao nível de 2005.
A apresentação de propostas dos Estados Unidos e China para a redução de emissões de gases do efeito estufa, contudo, foi considerado pela ex-ministra como um "avanço, sobretudo pela revisão inicial das posições contrárias à apresentação de metas". "Existe uma sopa de metas. Agora vamos ver se somando todas as letrinhas conseguiremos transformá-las em um bê-á-bá. Um número significativo que esteja à altura do planeta", afirmou.
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