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Obra em afluente finaliza projeto de despoluição do Rio Sorocaba

Água já pode ser usada para abastecimento; prefeitura abriu licitação para construir sistema de captação na cidade

Foto do author José Maria Tomazela
Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - A entrega das obras de um coletor-tronco de esgotos no Rio Pirajibu, nesta quinta-feira, 18, completa a última fase do projeto de despoluição do Rio Sorocaba, no interior de São Paulo. O ribeirão é o único afluente ainda não saneado do rio que dá nome a Sorocaba e deságua no Rio Tietê. A obra, executada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) e pela prefeitura, é composta por 11 mil metros de tubulações em concreto armado, com diâmetro de até 800 milímetros, instalados na margem esquerda do rio. 

Principal responsável pela poluição do rio, o município de Sorocaba iniciou um projeto de despoluição na década de 1990 Foto: Zaqueu Proença/Agência Sorocaba

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O canal recolhe todo o esgoto dos bairros das regiões do Éden e Cajuru que era lançado sem tratamento no rio e direciona, através de bombeamento, para uma estação de tratamento. Parte dos dutos foi enterrada a dez metros de profundidade, com a técnica de perfuração e canalização simultâneas, por meio do chamado "tatuzão", usado na abertura de túneis.

Para acesso à estação de tratamento foi necessário transpor o Rio Sorocaba através de duas linhas de tubos que passam sob o leito do rio. O solo encharcado foi estabilizado com injeções de argamassa de cimento no subsolo. As estações elevatórias bombeiam o esgoto até a Estação de Tratamento S-2, em operação desde 2010. O sistema foi projetado levando em conta o crescimento populacional da região até 2050. Parte do investimento, de R$ 19,5 milhões, foi financiada pelo Programa Saneamento para Todos, do governo federal.

Com 227 km de extensão, o Rio Sorocaba é formado pelos Rios Sorocabuçu e Sorocamirim e tem próximo das cabeceiras a Represa de Itupararanga, responsável pelo abastecimento de cerca de 1 milhão de pessoas em seis municípios. Desde o século 19, suas águas passaram a receber os esgotos in natura de Sorocaba, e, depois, de Votorantim, cidades cortadas pelo rio.

Principal responsável pela poluição, o município de Sorocaba iniciou um projeto de despoluição na década de 1990, interceptando os esgotos lançados em afluentes urbanos, como os Córregos Itanguá, Lavapés e Supiriri.

Na década seguinte, foram instalados 28 quilômetros de coletores-tronco às margens do rio e construídas estações de tratamento - a primeira começou a operar em 2005. Outras seis estações de tratamento foram construídas na sequência, recebendo o esgoto de 17 estações elevatórias ao longo do rio. Com a entrada em operação do Sistema Pirajibu, a capacidade instalada de tratamento do esgoto atinge 99,6%.

O problema é que alguns córregos saneados há mais de 20 anos, como o Supiriri e o Itanguá, voltaram a receber esgotos de ligações clandestinas. O Saae informou ter iniciado uma revisão do sistema do Supiriri e aumentou a fiscalização na bacia do Itanguá.

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A despoluição do Rio Sorocaba já possibilita o uso da água para abastecimento público. Em março deste ano, a prefeitura abriu licitação para construir um sistema de captação de água bruta na região do Parque Vitória Régia, na zona norte. O processo está em andamento. Atualmente, a cidade depende da captação na Represa de Ituparanga, distante 15 quilômetros.

O Índice de Qualidade das Águas (IQA), medido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), liberou o Rio Sorocaba para abastecimento público, com o tratamento da água. Os peixes voltaram e, há seis anos, a pesca amadora está liberada em trecho urbano do rio.

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