O mito da natureza inesgotável e do ‘mato sem valor’ impulsionou desmatamento no Brasil

Segundo historiador, há grupos no Brasil que ainda enxergam a Amazônia como os colonizadores viam a Mata Atlântica, só que 500 anos depois

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Por Giovana Girardi
Atualização:

O historiador José Augusto Pádua, professor associado do Instituto de História da UFRJ e coordenador do Laboratório de História e Natureza, vê os dados recentes de alta no desmatamento da Amazônia e conta que se sente muito frustrado. Não somente pela perda da vegetação, mas pela sensação de que o País, em especial o governo atual, estão voltando 50 anos no tempo. 

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Especialista em história ambiental, ele vê o movimento atual de avanço da motosserra sob a perspectiva dos 500 anos do Brasil, de um país que se formou através de ondas de ocupação sobre a vegetação nativa que existia por aqui. Mas aponta que se a perda da Mata Atlântica ocorreu dentro de um contexto parecido com o que ocorreu em outras parte do mundo – de exploração dos recursos naturais e de derrubadas para expandir a ocupação –, na Amazônia o contexto foi outro.

Para ele, há grupos no Brasil que ainda enxergam a Amazônia como os colonizadores viam a Mata Atlântica, só que 500 anos depois.

O historiador José Augusto Pádua, coordenador do Laboratório de História da Natureza da UFRJ, analisa a história do desmatamento no Brasil Foto: labhen.historia.ufrj.br

Autor do livro "Um Sopro de Destruição, Pensamento Político e Crítica Ambiental no Brasil Escravista (1786-1888)”, Pádua aborda, em entrevista ao Estadão, como o Brasil historicamente lidou com suas florestas, traça paralelos entre Mata Atlântica e Amazônia e também as diferenças nas explorações e ocupações dos dois biomas. Ele explica o que motivou no passado mudanças de rumo. E quais foram os erros e acertos na hora de combater o desmatamento.

A história do Brasil é marcada por grandes desmatamentos. Foi com a derrubada de quase toda a Mata Atlântica que o País alternou ciclos econômicos agrícolas, industriais e de expansão das cidades. A partir dos anos 70, tem início a ocupação da Amazônia, que já perdeu 20% de sua área original. Como esses dois momentos se relacionam?

É importante entender como se deu formação do território brasileiro. Quando se torna propriamente um país, em 1822, o Brasil já começa com um território muito grande, mas com uma população relativamente pequena. Herdou todas as regiões que compunham a América portuguesa, com enormes florestas. Tínhamos 1,3 milhão de km2 de Mata Atlântica, uns 4 milhões de km2 de floresta amazônica e, entre as duas, diferentes tipo de savana (especialmente os 2 milhões de km2 de Cerrado). A população era de uns 4,5 milhões de pessoas. Ao contrário, por exemplo, dos Estados Unidos, que aumentou seu território com o tempo. Começou relativamente pequeno e foi aumentando com guerras, negociações polêmicas com povos indígenas ou com outros países, em direção ao Pacífico.

No Brasil não houve um grande processo de expansão territorial. Quando o país surge, já herda um enorme espaço formal. Mas isso só existia de uma maneira virtual, nos mapas, em tratados entre Portugal e Espanha. Não era um território ocupado. A maior parte do País eram essas grandes áreas de vegetação nativa, selvagem, onde há milênios viviam povos indígenas. Na Amazônia viviam cerca de 150 mil, 160 mil pessoas. Cerca de 4% da população vivia na Amazônia. A sociedade brasileira se formou com essa sensação de natureza ilimitada, que eu chamo de mito da natureza inesgotável. Para aquela população fragmentada em manchas regionais, olhando as grandes massas florestais, parecia que eram oceanos verdes sem fim.

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O que os 12% remanescentes da Mata Atlântica hoje dizem sobre esse pensamento?

Era uma ilusão, um grande mito. Porque a Mata Atlântica, onde se concentravam as atividades socioeconômicas do século 19 até o final do século 20, que era uma coisa gigantesca, em alguns séculos, principalmente no 20, foi quase toda destruída. Mas é importante entender que tudo que se fazia no Brasil era na presença de floresta, de grandes áreas de vegetação nativa. Elas cobriam o território. Tudo que se fazia tinha de ser desflorestando. Principalmente na região da Mata Atlântica, que concentrava a população e a economia. A energia vinha da lenha, as construções usavam madeira. Mas mesmo assim a população e economia brasileira era tão pequenas, que no início do século 20, não temos números precisos, mas estima-se que até então tinha ocorrido uma perda de 5% a 10% da Mata Atlântica.

Em 1900, o Brasil ainda tinha uma população pequena, cerca de 17 milhões – para comparação os EUA já tinham 75 milhões, com o território muito mais ocupado. O Brasil entra no século 20 ainda com essa sensação de que a Mata Atlântica era inesgotável. E quando se ia para o interior, tinha aquele Cerrado gigantesco e, na Amazônia, mais uma floresta gigantesca. A sensação era de que se podia explorar à vontade que sempre ia ter mais. Uma mentalidade que existe até hoje. Ao longo do século 20, a população pula para 170 milhões de pessoas. Acontece uma industrialização importante, se abrem ferrovias, depois rodovias. Se usa muita madeira para gerar energia, para aumentar as cidades. Então é no século 20 que ocorre a grande destruição da Mata Atlântica. Ela foi sendo muito detonada nas décadas de 30, 40, 50, 60. E continuou assim nas décadas de 70, 80.

Em uma reserva indígena, ocacique Domingo Tenharin planta um pé de ipê numa área queimada Foto: Gabriela Biló/Estadão

Foi nessa época que o foco mudou para a Amazônia?

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Só que é quando começa a haver uma mudança global na visão sobre as florestas tropicais. De ameaçadoras, elas passam a ser vistas como ameaçadas. Isso é muito importante para entender o que está acontecendo na Amazônia hoje. A gente não pode pensar a história da Mata Atlântica e da Amazônia como histórias separadas. Elas estão unidas no processo de construção do território brasileiro e de uma maneira muito direta.

O historiador norte-americano Warren Dean (1932-1994), autor de A Ferro e Fogo, obra seminal sobre a história da devastação da Mata Atlântica, conclui seu livro sugerindo que a história da destruição da Mata Atlântica deveria ao menos servir para alertar para as consequências terríveis da destruição da Amazônica. O sr. diria que isso não serviu de lição?

A ligação é mais profunda… só que há uma diferença de timing. Nas décadas de 1930, 40, 50, 60, praticamente não havia organizações ambientalistas, tinha meia dúzia de cientistas mais preocupados. Na imprensa, eventualmente saía alguma coisa. Mas era pouco. E nos governos não havia órgãos ambientais trabalhando. O próprio Código Florestal original, de 1934, era pouco aplicado. Mas quando se chega na Amazônia, o mundo estava começando a mudar, e a preocupação ambiental passa a crescer. As Nações Unidas fazem a primeira conferência ambiental em 1972 em Estocolmo. E as imagens de devastação das florestas, de queimadas, de poluição começam a circular com rapidez. A partir dos anos 1970, se torna uma preocupação da opinião pública, da política.

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Quando acontece essa mudança de mentalidade, a Mata Atlântica já estava nos seus últimos remanescentes. Com a Amazônia é ao contrário. Lá a nova mentalidade sobre importância ecológica, econômica e social da floresta em pé, recentemente ecoada até mesmo por grandes grupos empresariais e fundos de investimento, começa a se manifestar no momento em que Amazônia está no início de sua exploração mais intensa. O conflito é muito forte. Quando começa a exploração, já tem reação por parte de cientistas, de ambientalistas, de populações locais.

Mas mesmo com essa mudança de percepção, isso não foi capaz de evitar que a Amazônia também fosse desmatada.

Aí é que está. Talvez a gente possa fazer uma diferenciação – desde a história da Mata Atlântica até a história das últimas décadas na Amazônia –, entre atores econômicos e sociais imediatistas, que veem a floresta só como um lugar de ganho de curto de prazo, e aqueles com uma visão mais esclarecida, que veem a floresta em sua importância sistêmica, seja como patrimônio – em termos de beleza, de importância científica –, seja também de uma forma utilitária, mas muito mais ampla. Pensando que é fundamental para a saúde climática, para o futuro da biotecnologia, de setores sofisticados da economia.

Setores mais esclarecidos que não querem a destruição desse tesouro para botar gado no curto prazo, mas podem imaginar que no futuro a floresta vai valer muito mais pelos seus serviços ambientais, para as fronteiras da ciência e da tecnologia etc. Não é só aquela visão do santuário, a imagem romântica da natureza intocada, mas que se relaciona com o mundo natural de forma mais lúcida e elaborada. Existe uma luta entre os dois grandes setores pelo destino da floresta.

Não era como o governo militar pensava, certo? O sr. menciona em um artigo a ironia de se ver como um vazio regiões tão cheias de vida.

Ao contrário da Mata Atlântica, em que o processo de desmatamento aconteceu junto com a própria história, com o crescimento da economia e da sociedade, na Amazônia não foi um processo espontâneo. Foi um projeto geopolítico de ocupação. Na década de 70, cerca de 13% da população brasileira morava lá, com pouca ocupação “moderna” da floresta. As cidades que existiam eram principalmente ao longo dos rios, e havia vastos espaços florestais habitados por populações indígenas. O regime militar, que era centrado no litoral, em Brasília, olha para a Amazônia e vê um grande vazio social.

É de fato uma ironia olhar como um grande vazio, quando é uma das regiões mais cheias do planeta em termos de biodiversidade, de cultura, mas para eles era um vazio de economia, de mercado, de gente falando português. Vazio do que eles associavam com desenvolvimento e modernidade. Os militares tinham uma paranoia, e ainda têm, de que aquela região podia ser perdida. Era uma região muito rica de recursos naturais e estava ‘vazia’. Eles produziram todo um projeto de ocupação, do qual o problema da Amazônia hoje deriva. Não havia inclusive nenhuma grande necessidade econômica imediata da Floresta Amazônica para o Brasil naquele momento. O Brasil estava crescendo com os recursos da Mata Atlântica, do Cerrado, da Pampa.

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O plano foi essencialmente geopolítico, baseado em quatro pontos: construção de estradas e grandes projetos, como hidrelétricas; projetos de colonização; subsídios e isenções fiscais para estimular empresas que fossem para lá; e privatização de terras públicas. Grandes empresas conseguiam terra praticamente de graça. E a pecuária, que seria um grande vetor de desmatamento, serve principalmente como instrumento de ocupação da terra. O importante era levar atividades econômicas e gente para lá, independente da qualidade social e ambiental da ocupação.

Eu vejo que a perspectiva desse projeto era repetir na Amazônia a mesma coisa que aconteceu na Mata Atlântica. Passo a passo, ano a ano, a floresta seria destruída para ter “desenvolvimento e progresso”. Mas já havia uma consciência crítica internacional e nacional, na ciência e na opinião pública quando isso aconteceu. A diferença de momento foi importante.

Sem isso, talvez o destino da Amazônia pudesse ter sido bem pior, mas de certo modo parte desse projeto não acabou se concretizando de todo jeito? Tivemos altíssimos números de desmatamento nos anos 90, até meados dos anos 2000, e vemos um repique agora.

A expectativa de grande parte dos agentes econômicos, de políticos locais e dos federais é que acontecesse a mesma coisa que ocorreu na Mata Atlântica. Mas isso não foi tão fácil. Ainda bem. Porque surgiu uma mentalidade mais avançada de pensar o uso da região, vendo o floresta como algo precioso, e não como mato que precisasse ser limpo. Tem uma frase do século 18, do jesuíta Antonil, que é uma síntese da economia colonial predatória. Ele diz: “Feita a escolha da melhor terra para plantar cana, roça-se, queima-se e alimpa-se, tirando-lhe tudo o que podia servir de embaraço”. Acho essa frase impressionante, porque até hoje, na cabeça de muita gente, na Amazônia e no resto do Brasil, a natureza é um embaraço, um troço que está atrapalhando, que não tem valor nenhum.

Brigadistas combatem incêndio um unidade de conservação ambiental emManicoré, no Amazonas. Foto: Gabriela Biló/Estadão - 26/8/2019

Mas ocorre um choque histórico com todos os debates, conflitos, todas as investigações científicas que estavam acontecendo fora e dentro do Brasil. Isso culminou na redução de 84% na taxa anual de desmatamento da Amazônia entre 2004 e 2012. Não caiu do céu. Foi uma experiência extraordinária, uma mudança histórica. Houve mérito dos governos PT  na época, mas foi resultado de um debate muito sério que estava acontecendo desde a década de 80/90. Sobre formas concretas de impedir que acontecesse na Amazônia o mesmo que aconteceu na Mata Atlântica.

O sr. mencionou um choque. As populações locais também tiveram um papel importante nisso, não é?

Veja que havia um projeto geopolítico dos militares, mas que descambou no descontrole. Imaginaram que seria possível fazer uma ocupação organizada, mas depois que se solta o demônio do desmatamento, do ganho imediatista, do conflito com as populações locais, aí a coisa vai por si mesma. No início tinham que dar subsídios para a pecuária, mas depois ela cresceu com as próprias pernas. Chegou um momento em que a situação estava caótica. Conflitos imensos entre a população local, da floresta, e esses atores que vinham de fora. Serra Pelada é a imagem do caos. As lutas dos povos da floresta, dos indígenas, dos seringueiros, foram muito importantes. Todo o impacto produzido, por exemplo, pelo assassinato de Chico Mendes.

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Hoje vemos que a pressão externa tem sido muito forte em reação ao aumento do desmatamento e das queimadas. Isso também ocorreu em outros momentos. Quanto o sr. acha que isso teve de peso no passado para mudar as ações governamentais?

A pressão externa foi muito importante, mas a ciência, a opinião pública nacionais, o ambientalismo nacionais também tiveram peso importante. E ao mesmo tempo começaram a surgir novas possibilidades tecnológicas, com o uso dos satélites. O programa Nossa Natureza, criado pelo Sarney, está diretamente ligado ao assassinato do Chico Mendes, a todo o contexto que levou ao assassinato dele. E a coisa mais importante do programa foi lançar o Prodes em 1988, que transformou o Inpe no mais importante centro de detecção de desmatamento do planeta. É doloroso ver os atritos do atual governo com a preciosidade tecnológica que temos na mão. Depois veio o Deter já em 2004, num contexto de vontade política de conter o desmatamento. Naquele período ocorreu também um aumento na criação de unidades de conservação, de terras indígenas.

Tendo vontade política, é possível mudar uma tradição histórica. Entre 2003 e 2008, o Brasil foi responsável por quase 74% do volume das áreas protegidas criadas no planeta. Quando vejo o governo Bolsonaro dizer que o desmatamento nos governos anteriores estava descontrolado, eu fico chocado. Nunca o controle foi tão impressionante. Como historiador ambiental, eu estava justamente buscando entender como foi possível reduzir o desmatamento daquela maneira. Em 2014, inclusive, já imaginávamos que seria possível chegar ao desmatamento zero. Aí aconteceu toda essa crise política que nos jogou para trás. Voltamos para a década de 1970, para uma mentalidade de que a conservação florestal é inimiga do desenvolvimento.

Mas antes mesmo do governo atual, o desmatamento já tinha voltado a subir a partir de 2013, como o ministro Ricardo Salles sempre faz questão de lembrar. 

É uma meia verdade. Depois de baixar dos 5 mil km2 em 2014, o desmatamento estava flutuando próximo de 7 mil. Mas não houve um desmantelamento da política de contenção. Não pulou para 10 mil km2, como ocorreu no ano passado com Bolsonaro. O problema é que o presidente é ligado aos setores, que considero os mais atrasados, que querem repetir na Amazônia o que aconteceu na Mata Atlântica. Até mesmo com esquemas criminosos. O grileiro não está isolado do madeireiro, do pecuarista. Ele não é grileiro o tempo todo. Quando sente que há pressão política, que aumenta o custo do crime, ele pode se dedicar a outros negócios, inclusive nas cidades. Mas quando vê que dá pra avançar, ele avança.

Na Amazônia, tudo depende muito da sinalização que acontece a cada ano por parte do governo. Só que os atores locais da devastação estão começando a se chocar com uma economia mais poderosa, mais relevante para o País, inclusive, que são os grandes fundos de investimento, as grandes empresas, o setor mais moderno da economia, do próprio agronegócio, que vê que o descontrole é uma roubada, que vai prejudicar as exportações, afastar os investidores. É hora, aliás, do agronegócio mais avançado, que se preocupa com o futuro, entrar em confronto com o agronegócio mais atrasado. O imediatismo não vai levar a nada. O que o garimpo produz em termos de real progresso para a região?

Quando recebe críticas externas, especialmente de países europeus, o governo costuma alegar que eles destruíram tudo no passado, se desenvolveram às custas da natureza, e agora não teriam direito de cobrar a gente. Isso faz sentido, historicamente falando? É um argumento válido nos dias de hoje? 

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Na história, e na história ambiental, é importante entender as especificidades de cada momento e também da geografia de cada lugar. Não é todo País que tem como ponto de partida um território tão florestado como o nosso. E o que aconteceu em vários países da Europa ou nos Estados Unidos no mundo moderno foi semelhante ao que ocorreu na Mata Atlântica. Não é que o Brasil preservou todas as suas florestas. O País preservou a Floresta Amazônica, ou pelo menos ela ainda é muito grande hoje, porque a população, a economia, estavam concentradas na Mata Atlântica. Quando se fala da Europa, o paralelo com o Brasil tem de ser a Mata Atlântica.

A sobrevivência da Floresta Amazônica é um fenômeno histórico. Ela ficou numa espécie de limbo histórico-geográfico. Grandes potências estavam promovendo a destruição de florestas na Ásia, na África, na América Central. O Brasil, ou mesmo Portugal, estavam mais concentrados na exploração da Mata Atlântica. A floresta Amazônica, uma área de difícil acesso, acabou ficando nesse limbo em termos de devastação. É um verdadeiro milagre que no início dos anos 1970 ainda tivéssemos 99% da floresta.

É verdade que ocorreu um processo de ocupação da Amazônia, com o boom da borracha entre 1850 e 1915, que poderia ter produzido mais desflorestamento do que produziu. Mas entra aí uma coisa muito importante da história ambiental que é o fato de que o mundo não humano atua no dinamismo da história. Não faz sentido cortar a seringueira. Ela deve ser talhada para renovar a retirada do látex. E para a árvore sobreviver, ela precisa da floresta em volta. Se para tirar o látex fosse necessário cortar a árvore, teriam cortado, claro.

Outra coisa que muitos não percebem, nessa comparação com a Europa, é que além de o Brasil não poder dar lições, pois destruiu a Mata Atlântica da mesma maneira, os países vão mudando ao longo do tempo e adotando projetos de conservação e de reflorestamento. Há vários países com mais cobertura florestal no território do que o Brasil. Suécia, por exemplo, tem 69% do território coberto, assim como o Japão. O Brasil tem como um todo cerca de 56%, mas isso por causa da Amazônia. Mesmo a Alemanha tem 32%, a França, 29%, os Estados Unidos, 33%. Países que fizeram revoluções industriais e desflorestaram muito, depois foram recuperando, reflorestando, reconhecendo a importância das suas florestas.

Essa ideia de que destruíram lá atrás é verdade, assim como nós destruímos, mas muitos estão trabalhando para restaurar e cuidar das suas florestas. Temos que ver o quadro de uma maneira mais ampla.

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