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No Brasil há três centros para tratar o CFC de refrigeradores

Empresas nacionais e estrangeiras adaptam-se para regenerar gás e recuperar resíduos das geladeiras no País

Por Andrea Vialli e Lucas Frasão
Atualização:

Antes mesmo do início do programa de troca de geladeiras do governo federal, algumas empresas se preparam para receber e tratar os refrigeradores antigos. A oportunidade tem despertado o interesse até de governos estrangeiros, que estudam financiar empresas para reciclar o CFC em parceria com companhias brasileiras. Hoje, o País tem três centros de regeneração de CFC, dois em São Paulo e um no Rio. Até o fim do ano devem entrar em operação mais dois - Porto Alegre (RS) e Recife (PE).

 

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Em 2004, a Frigelar foi a primeira a se tornar um centro de regeneração, em Osasco (SP). Atualmente, trabalha com técnicos refrigeristas que recolhem gases em várias fontes: na geladeira doméstica ou no ar-condicionado de fábricas. No ano passado, a Frigelar conseguiu regenerar 16,8 toneladas de gás CFC.

 

Já a Bandeirantes Refrigeração, outro centro em São Paulo, reciclou 3,2 toneladas do CFC12 entre 2007 e 2008. Esse é o mesmo tipo de gás encontrado nos circuitos de refrigeração das geladeiras. No único centro no Rio, cerca de 4,1 toneladas de CFC foram recicladas desde o início do ano. "Estamos participando da licitação para receber tecnologia que retira o gás da espuma", diz o coordenador do centro, Antonio Fialho.

 

Os centros de regeneração foram equipados com máquinas doadas pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), compradas com fundos provenientes do Protocolo de Montreal (1987), do qual o Brasil é signatário.

 

Há ainda outras empresas que trabalham com a recuperação do CFC, como a Recigases, também do Rio, que "limpa" entre 2 toneladas e 3 toneladas do gás todos os meses. A empresa tentou abrigar um centro de regeneração, mas perdeu o processo de licitação. "A ideia do programa para eficiência energética é boa", diz Jorge Colaço, assessor da diretoria da Recigases.

 

Mas, da forma como estão pensando em fazer, vão criar o país do turismo da geladeira. O refrigerador que estiver no Maranhão vai ter de viajar milhares de quilômetros para ser descartado. Pense no combustível usado nesse deslocamento." Colaço critica a maneira como o programa está sendo estruturado. "Em vez de fazer concorrência com grandes empresas, deviam trabalhar com cooperativas de catadores e ferro-velho."

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Equipamentos para regenerar o CFC dos aparelhos refrigeradores. Foto: Lucas Frasão/AE

 

Outra tecnologia

 

Começam a surgir também negócios especializados na chamada manufatura reversa, que fazem o desmonte total dos refrigeradores. Um deles é a Essencis Manufatura Reversa. Roberto Castilho, diretor da empresa, afirma que possui tecnologia para tratar 99,5% dos gases contidos nas geladeiras. "O melhor concorrente capta 60% dos gases", provoca. A empresa investiu 12 milhões (R$ 33,12 milhões) para trazer essa tecnologia ao Brasil - e aguarda uma definição do governo sobre os rumos do programa de troca de geladeiras.

 

Outro exemplo é a Oxil, sediada em Paulínia (SP). "Com nossa infraestrutura atual, conseguiríamos reciclar até 300 mil geladeiras em 2010", diz Akiko Ribeiro, diretora executiva da Oxil. A empresa recebe refrigeradores que vêm de longe, como Salvador (BA) e Manaus (AM). Mas também não tem a tecnologia para extrair o CFC da espuma. "O governo tem ajudado a encontrar investimentos para esse projeto."

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