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Negociadores do clima aprovam agenda para 2011

Por DAVID FOGARTY
Atualização:

Países ricos e em desenvolvimento superaram profundas divisões na sexta-feira para selar um acordo que delineia as negociações climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2011, com base no acordo de dezembro passado no México e centrando o foco em questões mais difíceis. O acordo de Bangcoc aconteceu após quase quatro dias de conversações. Alguns países em desenvolvimento afirmaram que elas foram necessárias para "recalibrar" as negociações climáticas da ONU, depois dos acordos de Cancún do ano passado. Eles queriam uma agenda que contemplasse o destino do Protocolo de Kyoto na luta contra o aquecimento global e as promessas dos países ricos de reduzir as emissões, além do esclarecimento das fontes de dinheiro para as nações mais pobres, em vez de apenas o desenvolvimento do que foi aprovado em Cancún. Mas muitos países ricos disseram que as nações em desenvolvimento estavam tentando apenas voltar atrás no que havia sido aprovado em Cancún e que isso prejudicava as negociações do ano que culminarão na cidade de Durban, na África do Sul, no fim de novembro. Muitos países ficaram insatisfeitos com o fato de que boa parte do encontro de 3 a 8 de abril tenha sido tomada por discussões sobre a agenda. Os Estados Unidos afirmaram que o atraso prejudicou a disposição dos governos, e alguns países em desenvolvimento receavam sobre o resultado final. Todos expressaram pressa para avançar com as negociações. "O cenário é pior hoje do que quando entramos (no início do encontro)", disse o negociador sênior dos EUA, Jonathan Pershing, a jornalistas. Em especial, ele disse que alguns países queriam renegociar as decisões de Cancún. "Não acho que isso será construtivo. O que ficou evidente é que devemos esperar mais disso", afirmou ele. Tosi Mpanu Mpanu, presidente do Grupo da África, disse ter opiniões mistas. "Graças a Deus estabelecemos uma agenda. É uma pena ter demorado tanto. O que isso diz para o restante do ano?" Muitos acreditam que Cancún tenha salvado as negociações do colapso.

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