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Negociação climática será 'difícil', diz enviado dos EUA

Por RICHARD COWAN
Atualização:

O principal negociador norte-americano para questões climáticas disse nesta quinta-feira que as discussões internacionais para a redução das emissões de carbono são "difíceis", mas devem ganhar um impulso com a aprovação no Senado dos EUA de uma lei doméstica para o combate ao aquecimento global. "Deixe-me dizer claramente que o sentido das negociações no trilho formal da ONU tem sido difícil", disse Todd Stern, representante especial do presidente Barack Obama para a mudança climática. Em depoimento lido a uma comissão da Câmara que trata de independência energética e aquecimento global, Stern afirmou que "o tempo é curto e as negociações ainda emperram com frequência como resultado (...) da divisão entre países desenvolvidos/em desenvolvimento." O líder republicano na comissão, James Sensebrenner, focou suas críticas na China, que está se tornando o maior emissor global de carbono, mas alega que não pode comprometer seu desenvolvimento por causa de metas ousadas para a redução das emissões. O parlamentar disse que os negociadores dos EUA não estão insistindo em exigir suficientes compromissos de Pequim, e que pelas propostas atualmente em discussão, os EUA teriam de reduzir suas emissões em curto prazo, ao contrário da China. Falando a jornalistas depois da audiência, Stern disse que de fato não está em negociação uma data em que as emissões chinesas começariam a diminuir, mas que alguns têm em mente que isso deve ocorrer "em algum momento na década de 2020." Um novo tratado climático global deve ser aprovado em dezembro em Copenhague, e Stern disse que um componente essencial disso serão as medidas que diversos países tomarão para financiar as reduções de emissões e a mitigação das mudanças climáticas nos países em desenvolvimento. Stern alertou que algumas das estimativas que estão "sendo lançadas por aí (...) são completamente, loucamente irreais." Uma delas, por exemplo, destinaria 1 por cento do PIB de alguns países para o financiamento climático, o que no caso dos EUA equivaleria a cerca de 130 bilhões de dólares. Falando a jornalistas, Stern evitou citar cifras que ele consideraria realistas. A União Europeia apresentou na quinta-feira um plano pelo qual ofereceria aos países pobres entre 2 e 15 bilhões de euros por ano até 2020. O governo Obama espera que o Congresso aprove até dezembro um projeto que colocaria usinas elétricas, refinarias de petróleo e fábricas dos EUA no caminho para reduzir significativamente suas emissões de gases do efeito estufa. O prazo sugerido pelo governo coincide com a reunião ministerial da ONU em Copenhague, que definirá o tratado que substituirá o Protocolo de Kyoto depois de 2012. (Reportagem adicional de Ayesha Rascoe)

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