22 de março de 2012 | 18h44
“Não é um projeto que teve boa reputação no banco”, diz Yvon Mellinger, representante do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), referindo-se ao Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG). Na avaliação dele, o projeto teve êxito relativo, mas demorou muito. Para o técnico, a pior dificuldade foi a contrapartida do Governo do Rio.
“O Estado passou por momentos difíceis. Não era o Rio de Janeiro que conhecemos hoje, com crescimento econômico e bom relacionamento com o governo federal”, avalia. Segundo ele, a Cedae - apontada como principal foco dos problemas - melhorou, mas ainda tem um caminho a percorrer. “A direção atual é empenhada, mas se trata de uma tarefa difícil.”
O novo financiamento aprovado pelo BID no fim de 2011 tem prazo de 5 anos para desembolso dos US$ 452 milhões, com a previsão de uma contrapartida de US$ 188 milhões do Estado.
“Não foi fácil aprovar. Se foi, é porque merecia. O importante é começar e não deixar pelo caminho, incompleto e inacabado, como ocorreu com o PDBG”, diz Mellinger. O nome mudou para Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM). “A concepção do PSAM é diferente”, afirma o secretário do Ambiente, Carlos Minc. “Envolve muito mais os municípios e haverá a regulação da Cedae. Aprendemos com os erros do passado.”
Sobre a suspeita de corrupção citada por Minc - ele afirmou que a Cedae “era um antro de corrupção e agora está dando lucro” -, o representante do BID declarou: “Por nosso lado, não encontramos (provas de corrupção). São coisas difíceis de comprovar”.
O Banco Japonês, que financiou a construção de três estações de tratamento (Alegria, Pavuna e Sarapuí), informou apenas que o período de desembolsos terminou e que está “aguardando a conclusão das obras por parte do governo do Estado”. Para Mellinger, o que mais faltou foram as ligações. “De nada servem as estações se não existem as redes de esgoto.”
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