Na SPFW, Iódice desfila a sustentabilibidade do Amazonas

Valdemar Iódice visitou reservas florestais no Estado para pesquisar ideias e materiais para sua coleção

PUBLICIDADE

Por Alice Lobo
Atualização:

Alice Lobo escreve sobre moda e consumo ético e participa da cobertura do São Paulo Fashion Week, que começou neste domingo, dia 18. Repórter e blogueira, Alice é colaboradora do caderno

Vida & Sustentabilidade

e do portal

Planeta

. Além disso, mantém o blog

Verdinho Básico

PUBLICIDADE

, sobre moda ética. Confira a cobertura especial da SPFW para o estadao.com.br:

Publicidade

 

O primeiro desfile do terceiro dia da SPFW teve como ponto de partida o Estado do Amazonas. Valdemar Iódice se apaixonou pelo tema sustentabilidade e, depois de ter lido que o Amazonas preserva 98% da sua floresta, resolveu visitar reservas com o intuito de pesquisar ideias e materiais para sua coleção. Assista ao vídeo desta matéria.

 

Ele encontrou um material muito rico e se encantou pela comunidade de Mamirauá e seu artesanato. É ela a responsável pela coleta de sementes locais que foram depois facetadas para ganhar sofisticação nas bijoux. Valdemar pediu à Francesca Romana Diana que desenvolvesse peças com uma pegada urbana usando os materiais locais, como a jarina, o tucumã e miçangas.

 

Mas o trabalho não é só de mão única. Francesca conta que, dentro de dois meses, sua equipe de criação vai para Mamirauá ensinar as mulheres da comunidade a darem acabamento diferenciado às matérias-primas.

 

As formas foram inspiradas nas curvas dos rios e a cartela de cores traz os tons arara azul, mata, guará, nuvem e preto, que retratam a fauna e a flora da região.

 

Valdemar conta que sua intenção não é parar por aí. O mais importante é fazer a capacitação da população local. Mas esta foi só uma sementinha que deve crescer daqui para frente na Iódice. Tudo sem perder o DNA da marca.

 

Pele verdadeira?

Na passarela, a Iódice trouxe couro de jacaré e peixe. Ambos também usados na indústria de alimentos e certificados pelo Ibama. Pronto, caímos de novo na discussão do uso da pele verdadeira ou sintética.

Publicidade

 

Há 4 anos a estilista Simone Nunes pesquisa materiais e processos sustentáveis na indústria da moda. Já fez algumas parcerias neste sentido, mas hoje se diz vacinada. Segundo ela, muita gente está no mercado e fala que faz algo que não faz. Só pelo marketing. É exatamente o chamado greenwash. Então, Simone continua pesquisando, mas no final das contas é a sua consciência que decide o que entra ou não na coleção.

 

Um exemplo que deu foi sobre a pele de peixe. Muitas vezes a pele do peixe usada na indústria alimentícia virava lixo. O mesmo acontece com carneiros (presente na sua passarela) e outros animais. O que fazer? É melhor deixar virar lixo e com isso não incentivar a matança desses animais ou o melhor é ajudar a não gerar mais lixo e aproveitar tudo do animal?

 

A Simone confessa que não compra pele ou couro de empresas que criam o animal e matam somente para virar roupa. Ela dá preferência sempre para o que foi descartado por outra indústria, no caso a de alimentos é a mais comum.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.