Mundo 'não está parado' em discussão climática, diz ONU

Organização divulgou ideias concorrentes de países ricos e pobres para a luta contra o aquecimento global

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Por Redação
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A ONU divulgou nesta quarta-feira, 20, as ideias concorrentes de países ricos e pobres para a luta contra o aquecimento global, e disse que o mundo "não está parado" na discussão de um novo tratado climático.

 

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O texto de 53 páginas inclui sugestões de que os países reservem 2% do seu PIB para ajudar os pobres a lidarem com o aquecimento, enquanto os países ricos defendem um maior envolvimento dos países em desenvolvimento no controle das emissões de gases do efeito estufa. "Este documento marca um ponto importante na nossa estrada", disse Yvo de Boer, chefe do Secretariado de Mudança Climática da ONU, em uma declaração que servirá de base para as negociações sobre o novo pacto, a ser concluído em dezembro em Copenhague. "Faltando apenas 200 dias para Copenhague, o tempo fica mais apertado, mas o mundo não está parado a respeito da mudança climática", disse ele. Os textos incluem questões como as metas para as reduções das emissões até 2020 e formas de monitorar ações contra a mudança climática em grandes países em desenvolvimento, como China e Índia. Também há propostas sobre como ampliar o mercado dos créditos de carbono e proteger as florestas tropicais. Para o longo prazo, há sugestões como a redução das emissões de gases do efeito estufa pela metade até 2050, a limitação do aquecimento médio a 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais e uma meta global generalizada de emissões de 2 toneladas de dióxido de carbono por pessoa por ano. O texto da ONU alerta que o aquecimento global terá efeitos negativos sobre a segurança alimentar, a saúde e a luta contra a pobreza. Entre as áreas de discordância estão os níveis de redução das emissões. Um painel da ONU disse que os países desenvolvidos deveriam cortar até 2020 entre 25 a 40% das suas emissões, em relação aos níveis de 1990. Já os países em desenvolvimento querem que os países ricos assumam um compromisso de reduzir "pelo menos 45%". Enquanto isso, os EUA defendem para 2020 uma simples volta aos níveis de 1990, o que significa um corte de 14% em relação ao nível de 2007. De acordo com a ONU, os países em desenvolvimento deveriam pelo menos desacelerar o aumento das suas emissões até 2020. A União Europeia quer cortes de 15 a 30% abaixo da trajetória projetada até 2020.

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