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Ministros do Comércio tentam impulsionar conferência de Bali

Por ADHITYANI ARGA
Atualização:

Ministros do Comércio abriram uma nova frente de combate ao aquecimento global no sábado, às margens da conferência sobre o clima da Organização das Nações Unidas (ONU), em Bali, envolvida por disputas entre ricos e pobres sobre a divisão de responsabilidades contra o aquecimento. O encontro entre 3 e 14 de dezembro em Bali tenta lançar dois anos de negociações formais de um novo pacto para a ampliação do Protocolo de Kyoto a todas as nações para além de 2012, incluindo uma maior participação dos Estados Unidos, China e Índia. Trinta e dois países e uma dúzia de ministros do Comércio iniciaram dois dias de discussões sobre como envolver o poder financeiro do comércio internacional no assunto, com iniciativas como a redução de impostos para produtos amigáveis ao meio ambiente e incentivo ao crescimento de uma economia "verde". "O encontro... enfatiza o ponto de que não é apenas do imperativo ambiental de que estamos tratando, mas das possibilidades econômicas advindas da solução do aquecimento global," disse o ministro do Comércio australiano, Simon Crean. Ministros do Comércio presentes nas negociações incluem os dos EUA, Austrália, Brasil e Portugal. As discussões, às margens da conferência de 190 nações com mais de 10.000 delegados na ilha indonésia, marca a primeira vez em que ministros de outras áreas além do Meio Ambiente participam do encontro anual da ONU. Disputas sobre de quem é culpa e quem deveria fazer mais para reduzir as emissões de gás de efeito estufa ameaçavam emperrar as negociações principais, com Canadá e Austrália, no sábado, se unindo ao Japão no pedido de um compromisso de alguns países desenvolvidos. Mas as nações desenvolvidas devem achar "inconcebível" metas obrigatórias sobre suas emissões de gás de efeito estufa, segundo afirmou o secretário-executivo da convenção do clima da ONU, Yvo de Boer. De Boer disse que possivelmente o texto final de Bali deve recomendar nações industrializadas a reduzir as emissões em 25 a 40 por cento até 2020, o que foi acordado no início do ano entre os países que ratificaram o Protocolo de Kyoto. Cerca de 20 ministros das Finanças vão participar dos encontros em Bali na segunda e terça-feira, em um sinal de crescente preocupação com o impacto econômico de mais secas e enchentes e das oportunidades lucrativas de tecnologias para diminuir o uso de combustíveis fósseis. As negociações de comércio, com a participação do diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy, devem considerar a proposta da União Européia e dos EUA, feita no mês passado, para eliminar barreiras para o comércio de tecnologias de energia não-poluente, como turbinas de vento e painéis solares, como parte de um da rodada de Doha. Mas a Índia e o Brasil criticaram a medida como um protecionismo disfarçado para impulsionar as exportações de nações ricas. O Brasil, um grande produtor de biocombustíveis a partir da cana-de-açúcar, assinalou que as propostas não incluem os biocombustíveis e sua tecnologia.

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