10 de dezembro de 2010 | 14h23
Delegados afirmaram que houve pouco avanço durante as reuniões ao longo da noite de quinta-feira em Cancún e que as negociações, previstas para acabar nesta sexta, poderiam ser estendidas até sábado, na tentativa de se chegar a um acordo para combater o aquecimento global.
"Está nas mãos da presidência mexicana", disse à Reuters John Ashe, que coordena discussões-chave sobre o futuro do Protocolo de Kyoto.
O Protocolo de Kyoto atualmente compromete quase 40 países ricos com o corte de gases do efeito estufa até 2012. Os países ricos e pobres, porém, estão divididos sobre as obrigações que todos devem assumir ao longo dos próximos anos.
Os negociadores esperam um acordo modesto em Cancún para criar um fundo a fim de ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar a mudança climática, proteger as florestas tropicais e concordar com um mecanismo para compartilhar tecnologias limpas.
As ambições se tornaram modestas depois que a cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague não conseguiu aprovar um tratado.
A ministra das Relações Exteriores do México, Patricia Espinosa, preside as duas semanas de conversações em Cancún e lidera os esforços para selar um acordo sobre o futuro do pacto de Kyoto, que está travando o avanço sobre outras questões.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, conversou por telefone com o premiê do Japão, Naoto Kan, sobre o impasse, depois que o governo japonês anunciou que não assinaria uma ampliação de Kyoto para além de 2012, a menos que os países em desenvolvimento também se comprometessem com o corte das emissões de gases do efeito estufa. A posição desagradou a muitos países em desenvolvimento.
Um comunicado do Ministério das Relações Exteriores do Japão assinala que Kan trabalharia para fazer das conversações um sucesso.
Delegados da Grã-Bretanha e do Brasil também estão trabalhando em Cancún para ajudar a produzir um acordo.
Encontrou algum erro? Entre em contato
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.