
14 de janeiro de 2010 | 17h10
"No fim de 2009, o mercado para o carbono florestal permanece em uma posição incerta, à beira de um crescimento potencialmente enorme. Em meio a este cenário de oportunidade e risco, investidores continuam de olho no carbono florestal, embora muitos estejam esperando sinais regulatórios mais definitivos antes de dar um salto financeiro", diz o texto.
Embora a conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague, em dezembro, não tenha definido um novo tratado de cumprimento obrigatório para a redução das emissões de gases do efeito estufa, os EUA prometeram naquele evento 1 bilhão de dólares para promover o sistema Redd (Redução de Emissões pelo Desmatamento e Degradação).
Muitos países se comprometeram politicamente com este mecanismo de 3,5 bilhões de dólares, que também tem entre seus contribuintes Austrália, França, Japão, Noruega e Grã-Bretanha.
O projeto de lei dos EUA para a redução de emissões também está parado no Congresso, e agentes do mercado consideram sua aprovação neste ano como vital para os investimentos.
A despeito dessa incerteza, o mercado do carbono florestal quase quintuplicou desde 2006 - passou de 7,6 milhões de dólares em 2006 para 37,1 milhões de dólares em 2008, depois de atingir 40,5 milhões no ano anterior, segundo a empresa Ecosystem Marketplace, autora do estudo.
O relatório diz que, no primeiro semestre de 2009, o mercado do carbono florestal movimentou 21 milhões de dólares.
O preço médio era de 7,88 dólares por tonelada de carbono não emitido ou capturado. Na Nova Zelândia, o valor chegou a 10,24 dólares.
O mercado "varejista" das compensações voluntárias de emissões de carbono, que costuma ser desregulamentado e algo opaco, tem preços médios de 8,44 dólares por tonelada. Na Bolsa de Chicago, única no mundo que comercializa esses créditos voluntários, o valor ficou em torno de 3,03 dólares por tonelada.
Até o junho de 2009, o mercado havia comercializado o equivalente a 20,8 milhões de toneladas em créditos, representando 2,1 milhões de hectares de florestas, avaliadas em cerca de 149,2 milhões de dólares, segundo o relatório.
A América do Norte ficou com 39 por cento desse total (32 milhões de dólares), seguida pela América Latina (22 por cento, ou 35,5 milhões de dólares), Austrália (16 por cento; 37,8 milhões de dólares) e África (11 por cento; 20,9 milhões de dólares).
Ásia e Europa conseguiram apenas 6 e 4 por cento do volume total, respectivamente.
O relatório disse que, nas florestas protegidas por esse mecanismo, os principais motivos do desmatamento são a exploração comercial (23 por cento) e o desenvolvimento agrícola (19 por cento).
Na América Latina, havia grade pressão também da pecuária, da extração ilegal de madeira, do desenvolvimento urbano e da exploração de gás e petróleo.
(Reportagem de Michael Szabo)
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