
04 de agosto de 2010 | 14h11
O interesse pelas roupas de segunda mão ou vintage (de época) cresce entre as pessoas mais atentas a questões como sustentabilidade e estilo, mas ainda esbarra em resistências. “Há quem se recuse a usar uma roupa que pertenceu a outra pessoa, por nojo ou por achar que aquela roupa está impregnada com a ‘energia’ do outro”, afirma a antropóloga Ligia Krás, que estuda o consumo de segunda mão. “São barreiras culturais, que não encontrei nos países europeus”, diz ela.
Segundo Franz Ambrósio, proprietário do brechó A Minha Avó Tinha, no bairro paulistano de Perdizes, a compra em brechó no Brasil ainda é bastante influenciada pelo preço. “As pessoas vêm em busca de roupas com estilo a preços acessíveis”, diz ele, um engenheiro de materiais que abriu o brechó há 20 anos.“Mas a gente começa a perceber preocupação com a questão ambiental. Muita gente vem comprar e traz sua própria sacola retornável”, diz.
Segundo Ligia, deve levar algum tempo para que o hábito de comprar em lojas de segunda mão por motivos ambientais se torne um comportamento de massa. “Mas, como em outros movimentos ligados à moda, os hábitos começam primeiro em nichos e depois vão se disseminando”, diz a antropóloga.
No Brasil, não existem dados consolidados sobre o tamanho do mercado de produtos de segunda mão. Nos EUA, as vendas vêm crescendo 35% a cada trimestre, em média, de acordo com a National Association of Resale and Thrift Stores (Narts), associação que reúne os lojistas de produtos usados.
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