Saída de Lula coloca acordo em dúvida. Foto: Staff/Reuters
COPENHAGUE, Dinamarca - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está deixando Copenhague, o que, nas entrelinhas significa que o acordo na COP-15 pode fracassar. A informação é confirmada pela Presidência da República. Antes de partir, Lula havia se reunido com Estados Unidos, Índia e China a portas fechadas, em busca de um acordo entre a potência e os países emergentes.
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Logo após a reunião, o ministro do meio ambiente indiano afirmou que os países estariam próximos de um acordo. "Estamos perto de ver um acordo em Copenhague depois de 36 horas de negociações intensas", disse Jairam Ramesh à Reuters.
Agregando-se aos rumores de fracasso da COP-15, o presidente dos EUA, Barack Obama, está atrasado para uma entrevista à imprensa na qual se esperava que anunciasse o resultado da conferência de duas semanas em Copenhague que aparentemente não produzirá o tipo de acordo amplo para combater o aquecimento global que seu governo esperava. A Casa Branca informou que o presidente responderia às questões dos jornalistas às 20h locais (17h de Brasília), mas às 20h15 Obama ainda não havia chegado à sala onde ocorreria a entrevista.
Ainda hoje, a ministra espanhola do Meio Ambiente, Elena Espinosa, disse à imprensa que as negociações na Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP15) atravessaram hoje um dos momentos "de maior dificuldade", devido à posição da China e que a União Europeia (UE) decidiu ficar em Copenhague para salvar o acordo.
No entanto, uma fonte europeia informou que o que está na mesa não é aceitável para a União Europeia (UE), disse uma fonte do bloco nesta sexta-feira. "O que está na mesa agora é muito difícil para a UE aceitar", disse a fonte sob condição de anonimato. "A China deve mudar para acontecer qualquer progresso", afirmou.
Apesar da falta de possibilidade de um acordo, as reuniões continuam durante a madrugada até a manhã de sábado. As conversas devem "adentrar a noite", já que os europeus querem encerrar o encontro com um acordo de cumprimento obrigatório, explicou o ministro para o Meio Ambiente irlandês, John Gormley. "É difícil dizer quando terminaremos, podemos transferir tudo para a próxima conferência, da Cidade do México, mas se continuamos, chegamos a um acordo aqui", considerou Gormley. "Devemos continuar as negociações. Ficaremos aqui porque todos compartilhamos da vontade de chegar a um acordo vinculante e é o que todos queremos ver ao deixar Copenhague", continuou.
(Com Efe, Dow Jones e Reuters)