
24 de novembro de 2010 | 15h57
WASHINGTON - Os lagos de todo o mundo ficaram, em média, 2ºC mais quentes desde 1985, o que representa aumento de temperatura duas vezes mais rápido que o da atmosfera global, segundo um estudo da Nasa.
A agência espacial americana chegou a essa conclusão após medir a temperatura superficial da água em 167 lagos pelo mundo, por meio da tecnologia de satélite de seu Laboratório de Propulsão a Jato.
O estudo, publicado nesta quarta-feira, 24, na revista Geophysical Research Letters, revela que os lagos se aqueceram em média 0,45ºC por década, e alguns chegaram ao ritmo de 1ºC em dez anos.
Os que registraram os maiores aumentos de temperatura são os do Hemisfério Norte, especialmente os situados em latitudes médias e altas.
O lago que mais se aqueceu foi o Ladoga, na Rússia, cuja temperatura aumentou 4ºC desde 1985, seguido pelo Tahoe, entre os Estados da Califórnia e de Nevada (EUA), que subiu 3ºC no mesmo período, de acordo com o coautor da pesquisa, Simon Hook.
Por zonas, o norte da Europa é onde se registra um aquecimento mais consistente, enquanto no sudeste do continente, na região dos mares Negro e Cáspio, as temperaturas da água aumentam de forma mais suave.
Ao leste do Cazaquistão, na Sibéria, Mongólia e no norte da China, a tendência de reaquecimento volta a se fortalecer, segundo indica o levantamento.
Na América do Norte, os lagos que mais se aquecem são os do sudoeste dos Estados Unidos, a um ritmo ligeiramente superior ao dos Grandes Lagos do norte. O aumento de temperatura é muito menor nos trópicos e no Hemisfério Sul, especialmente nas latitudes médias.
Para avaliar a temperatura, os cientistas da Nasa usaram uma tecnologia de raios infravermelhos da Administração Atmosférica e Oceânica Nacional dos EUA (NOAA, na sigla em inglês) e da Agência Espacial Europeia (ESA).
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