Japão busca fornecedores de crédito de CO2 para atingir meta

País avalia realizar negociações bilaterais com a Rússia, a Ucrânia, a República Checa, a Hungria e Belarus

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Por RISA MAEDA
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O Japão busca novos fornecedores de crédito de carbono no momento em que as incertezas sobre o futuro dos mecanismos de financiamento limitam o número de grandes projetos de energia limpa que vendem tais créditos, afirmou uma autoridade do país. Kazuhiko Oe, diretor do departamento de promoção dos mecanismos de comércio de cota de carbono na Organização de Desenvolvimento de Novas Energias e Tecnologia Industrial (Nedo), disse que o Japão avaliava vários esquemas com vistas a cumprir suas metas. A Nedo está encarregada dos investimentos japoneses realizados no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, um esquema que permite aos países ricos e poluentes custear os cortes na emissão de gases do efeito estufa em países mais pobres e utilizá-los para atingir suas metas de redução de emissão ou vendê-los para ter lucro. Durante um simpósio realizado em Tóquio, Oe disse que a Nedo deveria olhar para além desse mecanismo e avaliar alternativas como os programas do Esquema de Implementação Conjunta e Investimento Verde. Países do Leste Europeu, que possuem um superávit de créditos estatais de carbono dentro do Protocolo de Kyoto (de combate ao aquecimento global), podem vender esses créditos por meio daqueles programas. Oe disse à Reuters que a Nedo avalia a possibilidade de realizar negociações bilaterais com a Rússia, a Ucrânia, a República Checa, a Hungria e Belarus a fim de obter um grande número de créditos por contrato. A Nedo pretende comprar créditos equivalentes a 100 milhões de toneladas de carbono, a serem entregues entre 2008 e 2012 para ajudar o Japão a atingir suas metas de emissão. No entanto, as negociações sobre as metas a serem observadas para além de 2012 arrastam-se e prejudicam os projetos climáticos baseados no fornecimento de tais créditos. De março de 2006 a março de 2008, a Nedo assinou contratos com 18 projetos como parte do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Os projetos devem fornecer um total de créditos equivalente a 23 milhões de toneladas de carbono para o período de 2008 a 2012. Segundo Oe, o ambiente dos negócios tornou-se mais difícil já que os preços iniciais elevaram-se no mercado primário do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, na China. Além disso, regulamentações mais rígidas sobre validação e o aperto no crédito em países em desenvolvimento também estão reduzindo o número de projetos do esquema. "O preço nos pregões elevou-se na China devido a uma diretriz do governo para que os créditos não fossem vendidos por preços baixos", afirmou. (Reportagem de Risa Maeda)

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