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Isolados contra Kyoto, EUA defendem novo tratado ambiental

Por ALISTER DOYLE
Atualização:

Os Estados Unidos disseram nesta segunda-feira que buscarão um novo acordo global contra as mudanças climáticas, depois que a Austrália decidiu ratificar o Protocolo de Kyoto, deixando os EUA como único país rico fora do atual pacto da ONU. "Não estamos aqui para obstruir", disse Harlan Watson, chefe da delegação norte-americana que participa da reunião da ONU em Bali para negociar um novo tratado que suceda ao Protocolo de Kyoto, em vigor até 2012. O encontro começou nesta segunda-feira e vai até o dia 14. "Os Estados Unidos pretendem ser flexíveis e trabalhar construtivamente num mapa para Bali", disse ele em entrevista coletiva. "Respeitamos a decisão que outros países tomaram, e é claro que pediríamos a eles que respeitem a decisão que tomamos." Antes, os delegados haviam passado quase um minuto aplaudindo a notícia de que o novo primeiro-ministro australiano, o trabalhista Kevin Rudd, estava assinando documentos para ratificar o Protocolo de Kyoto, horas depois de assumir o cargo. Assim, os Estados Unidos ficam sendo o único país desenvolvido que se opõe às limitações impostas pelo Protocolo de Kyoto para as emissões de carbono. O governo Bush retirou os EUA do tratado em 2001, alegando que as limitações prejudicam a economia norte-americana e que os países em desenvolvimento também deveriam ser incluídos nas regras. Segundo Watson, Washington quer discutir um novo tratado global de longo prazo. "A reação terá de ser global", afirmou ele, acrescentando que os EUA seriam flexíveis ao discutir se as metas devem ser voluntárias, como prefere o governo Bush até agora, ou obrigatórias, como estabelece o Protocolo de Kyoto. Os EUA já investiram bilhões de dólares em novas tecnologias, como motores a hidrogênio e o "carvão limpo", argumentando que os avanços são mais eficazes que as restrições impostas por Kyoto. O atual tratado obriga 36 países industrializados a reduzirem, até 2008-2012, suas emissões de gases do efeito estufa a índices em média 5 por cento inferiores aos de 1990. A Austrália será o 37o país.

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