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Imprensa americana critica resultados da Rio +20

Para o 'Washington Post', não vale a pena gastar milhões em cúpula mundial sobre mudanças climáticas

Por Denise Chrispim Marin - Correspondente em Washington
Atualização:

Os jornais americanos reagiram ao encerramento da Rio+20 com omissão completa ou crítica dura ao seus resultados. O New York Times e o Wall Street Journal seguiram a primeira linha. O Washington Post afirmou não valer a pena gastar tantos milhões de dólares em reunião cúpula mundial sobre mudança do clima.

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Na Califórnia, o Estado mais consciente sobre a questão ambiental, o Los Angeles Times foi um dos raros jornais americanos a se concentrar no lado positivo do encontro no Rio de Janeiro. O LATimes destacou o compromisso de aporte de US$ 513 bilhões em planos para levar tratamento de águas, obras sanitárias e energia aos países mais pobres, sem a degradação do meio ambiente.

O Post, entretanto, mostrou-se implacável na análise dos resultados em reportagem escrita de Washington, com base na avaliação de especialistas locais. O texto diz ter a conferência "produzido uma declaração não-vinculativa", com compromissos modestos dos líderes mundiais. "As propostas apresentadas no início, como a de prover acesso universal à energia e de dobrar os recursos renováveis até 2030, foram deixadas no chão da sala."

A reportagem cita a conclusão da diretora de política Internacional do Pew Environment Group, Susan Lieberman, que considerou positiva a atenção da Rio +20 para os oceanos. Mas, de forma geral, sua leitura sobre o evento do Rio de Janeiro foi negativa. "Não sei se eles devem fazer isso (uma nova conferência da ONU sobre mudança climática) de novo e não sei se precisaremos de outra de novo", afirmou Susan ao Post.

Se não saiu nas páginas do NYTimes de ontem, o tema foi pelo menos explorado pelos seus blogs. O de Taylor Barnes, dedicado a questões de Energia e Meio Ambiente, expôs o "palco colorido" proporcionado por personalidades políticas e ambientalistas presentes no Rio de Janeiro. O texto assinalou as ausências do presidente dos EUA, Barack Obama, e da chanceler alemã, Angela Merkel. Mas ressaltou ter o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, tirado vantagens de sua presença, assim como as lideranças indígenas brasileiras contrárias à construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

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