
13 de julho de 2017 | 17h58
SANTIAGO - O iceberg gigante que se separou da plataforma Larsen C, na Antártida, deve se manter na sua localização atual pelo menos até setembro, informou nesta quinta-feira o Ministério da Defesa do Chile, que descartou a possibilidade de o bloco gelo levar a uma emergência nas águas do país.
O icerberg de 5.800 km² e peso de 1 trilhão de toneladas se deslocou entre segunda e quarta-feira, 12, da Península Antártica, que fica na pontinha noroeste da Antártida – ponto mais próximo da América do Sul. Daí a preocupação do Chile, que o monitora com a Marinha. Agências americanas e europeias também acompanham a movimentação do iceberg e o que pode acontecer daqui para a frente com a plataforma Larsen C, que perdeu 12% de sua área com a quebra do bloco de gelo, mudando permanentemente a paisagem da região.
“Até o momento estimamos que o iceberg ficará na posição atual por um tempo, porque o período de maior concentração de gelo é setembro. Depois dessa data, algo poderia se desprender”, disse o capitão Roberto Díaz.
Em um futuro próximo, a Marinha chilena não descarta que o iceberg se fragmente e que algum pedaço menor possa chegar até Cabo de Hornos, o mais austral do mundo, ou ao Mar de Drake.
Díaz afirmou, porém, que mesmo que isso ocorra, não deverá trazer perigo para embarcações, pois o monitoramento continuará sendo feito.
A quebra do iceberg já era esperada há vários meses, depois que se observou a enorme rachadura que foi se formando nos últimos meses, que passou de 200 km. A formação desses blocos de gelo é um evento natural na Antártida e no Ártico, uma vez que massas de gelo que deslizam lentamente pelas geleiras vão se acumulando nas plataformas. De tempos em tempos a ponta delas se quebra, formando icebergs. E em situações normais, deveriam voltar a crescer.
Esse iceberg chamou a atenção pelo tamanho e por ter se quebrado em um tempo muito rápido, o que levanta suspeitas sobre a participação do aquecimento global no evento.
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