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Ibama voltará atentar vender 'boi pirata' na próxima semana

Até divulgação do preço, dois dias antes, Ibama vai recorrer da liminar que impediu 60% de deságio

Por Fabiola Salvador e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Pela quarta vez consecutiva, o governo vai tentar vender na terça-feira da próxima semana, dia 5, os lotes de "boi pirata", animais criados irregularmente na Estação Ecológica Terra do Meio, em Altamira, no Pará. Nesta segunda-feira, 28, não houve interessados em comprar o rebanho, apreendido por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Polícia Federal em operação realizada em junho. O preço de venda dos animais será divulgado com dois dias de antecedência. Até a divulgação, o Ibama vai recorrer da liminar que impediu o deságio de 60%. Veja também: Acompanhe a trajetória do desmatamento na Amazônia  Especial: Amazônia   Hoje, uma hora antes do início do leilão, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que organiza a venda, recebeu despacho do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª região proibindo a redução no valor do lance inicial. Na decisão, o desembargador federal Olinto Herculano de Menezes determinou que "não seja aceito, no leilão de 28 de julho, nenhum lanço inferior ao preço de mercado". Com a decisão, o governo foi obrigado a manter o preço de R$ 3,151 milhões para a venda dos bovinos, divididos em seis lotes. A idéia era oferecer os animais por R$ 1,445 milhão. Em nota, o Ibama esclareceu que a redução do preço era justificada pelo custo de manutenção e retirada do rebanho da área, que, segundo fontes que acompanham o mercado de boi gordo, é isolada e de difícil acesso. Embora durante o pregão não tenha havido lance, várias empresas interessadas na compra ligaram para a Conab após o encerramento do leilão, informou a assessoria de imprensa do Ibama. Mas a falta de informações e de uma divulgação regional sobre os detalhes do leilão são apontados por especialistas como alguns dos principais fatores para os seguidos fracassos do governo. Um exemplo disso foi a própria redução do tamanho do rebanho. Na semana passada, a assessoria de imprensa do Ibama esclareceu que a oferta de 3.500 animais na primeira tentativa de leilão tinha como base "relatos de vaqueiros". A recontagem dos lotes indicou que são criados 3.146 animais na Fazenda Lourilândia, que fica na reserva. No leilão de ontem foram oferecidos 3.046 bovinos, já que os outros 100 animais criados na propriedade estão distantes da área de manejo e que por isso ficaram de fora do leilão. Esses animais serão leiloados posteriormente. O dinheiro arrecadado com a venda será destinado ao programa Fome Zero. Deságio O Ibama informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que três compradores visitaram o local onde estão os "bois piratas" que foram a leilão. "A decisão do juiz, entretanto, retraiu os interessados", informou o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel. Ele refere-se à decisão do desembargador federal Olinto Herculano de Menezes, que determinou a suspensão do deságio de 60% no preço de venda dos lotes. Segundo avaliações do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama, o juiz foi induzido a erro porque o preço de mercado baixou na região após os cerca de 10 mil bois terem sido postos à venda por pecuaristas, por conta de ações de repressão ao boi pirata criado ilegalmente na Estação Ecológica da Terra do Meio, em Altamira, no Pará. Atualizada às 20h20 para acréscimo de informações

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