10 de outubro de 2010 | 16h30
Vilarejo de Kolontar foi o mais atingido pelo vazamento da segunda-feira
Engenheiros na Hungria trabalham contra o tempo para a construção de uma barreira de emergência para tentar conter um possível novo vazamento no reservatório de produtos tóxicos que arrebentou na segunda-feira.
Autoridades do país afirmam que um muro do reservatório pode romper nos próximos dias, especialmente se chover no local, como prevê a meteorologia.
O secretário de Meio-Ambiente da Hungria, Zoltan Illes, afirmou que a situação no reservatório próximo de Ajka piorou neste domingo e não poderia mais ser reparado, segundo a imprensa do país.
"Quando chover, a parte norte do reservatório cederá e o resto da lama tóxica será levado (para fora do local)", disse ele.
A nova barreira de emergência deve ter 600 m comprimento e de 5m a 7m de altura
Mortos e feridos
No sábado, autoridades húngaras determinaram a retirada dos moradores do vilarejo de Kolontar, após a descoberta de uma nova ruptura no reservatório.
Cerca de 800 moradores foram levados a um ginásio de esportes e duas escolas em Ajka, a 8 quilômetros de distância.
Pelo menos sete pessoas morreram e dezenas ficaram feridas por causa do vazamento de segunda-feira.
A liberação de cerca de 700 mil metros cúbicos de lama tóxica vermelha provocou ferimentos em cerca de 150 pessoas, a maioria com queimaduras.
Os mortos se afogaram ou foram levados pela onda de lama em Kolontar na segunda-feira. O vilarejo é o mais próximo do reservatório, e deve ser novamente o mais atingido em caso de um novo vazamento.
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, prometeu que os responsáveis pelo incidente enfrentarão "consequências muito sérias'.
Rios
Nos últimos dias, moradores e trabalhadores das equipes de resgate trabalharam intensamente para retirar a maior parte da lama tóxica que danificou casas, ruas e plantações e poluiu fontes de água.
A lama provocou a morte de todos os organismos presentes no rio Marcal, um afluente do rio Danúbio, o segundo maior da Europa.
Os químicos chegaram ao Danúbio na quinta-feira, mas as autoridades húngaras disseram na sexta que o nível de pH no rio era "normal", reduzindo os temores de que ele pudesse ter sido significativamente poluído.
As equipes de emergência vêm trabalhando para diluir o conteúdo alcalino do vazamento, adicionando grandes quantidades de lama e químicos ácidos nas águas dos rios Marcal e Raba.
A companhia responsável pelo reservatório que rompeu, MAL Hungarian Aluminium Production and Trade Company, ofereceu suas condolências às famílias afetadas, mas nega responsabilidade sobre o incidente.
A empresa disse que está colocando "todas as energias e os esforços" para resolver o problema e deu 110 mil euros (cerca de R$ 257 mil) até agora para ajudar na limpeza.BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
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