Hungria diz que limpeza de lama tóxica deve demorar um ano

Governo tenta evitar que substância atinja rios do país; lama escapou do reservatório de uma usina química.

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Por BBC Brasil
Atualização:

O governo da Hungria disse nesta quarta-feira que precisará de milhões de dólares e de pelo menos um ano para limpar as cidades atingidas pela enchente de lama tóxica no país. Equipes de emergência estão tentando evitar que o material tóxico, que escorreu de uma usina química, chegue até os principais rios do país, incluindo o Rio Danúbio. A Hungria declarou estado de emergência em três municípios na última terça-feira, quando o material se espalhou. Três pessoas já morreram e 120 ficaram feridas. O ministro do Meio Ambiente, Zoltan Illes, disse à BBC que o governo deve precisar de assistência técnica e financeira da União Europeia para limpar as sete vilas e cidades em estado de emergência. "A área é muito grande a contaminação foi muito pesada. Precisamos de recursos humanos e de máquinas", afirmou. Illes disse ainda que será preciso remover uma camada de solo de dois centímetros de toda a região atingida pelo derramamento. Rompimento A mistura de água e resíduos químicos, incluindo metais pesados, escapou após o rompimento de um reservatório e se espalhou pelo oeste do país. Cerca de 700 mil metros cúbicos de lama escaparam da usina, que fica a 160 km da capital Budapeste. Sete mil pessoas já foram afetadas pelo desastre. Pelo menos 390 moradores foram retirados de suas casas e 110 foram resgatados de locais inundados, de acordo com o Diretório Nacional Geral para Administração de Desastres da Hungria (NDGDM). Outras seis pessoas estão desaparecidas. O derramamento de lama já é considerado o maior acidente químico da história do país. Sem previsão A lama estava em um reservatório na usina Ajkai Timfoldgyar, na cidade de Ajka. Attila Nyikos, do NDGDM, disse à BBC que uma investigação policial já foi aberta, e que testes devem determinar o impacto ambiental da enchente de lama. Em comunicado oficial, a empresa MAL Rt, responsável pelas instalações, disse que a última inspeção feita no reservatório não detectou sinais de perigo. Eles afirmaram ainda que, pelos padrões europeus, a lama não era considerada perigosa. No entanto, o prefeito da cidade de Devecser, Tamas Toldi, declarou que cerca de 90 pessoas foram enviadas ao hospital local com queimaduras químicas. Em Devecser, a lama chegou a dois metros de profundidade. De acordo com o correspondente da BBC em Budapeste Nick Thorpe, semanas de chuvas fortes podem ter provocado o rompimento do reservatório. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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