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Na COP, Greta Thunberg critica postura de políticos e empresários na luta do clima

Ativista de 16 anos diz que muitas promessas para equilibrar as emissões de carbono excluem o impacto do transporte marítimo, da aviação e do comércio internacional; jovens subiram no palco e cantaram cobrando ações dos governos

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Por Redação
Atualização:

MADRI - A jovem ativista Greta Thunberg acusou nesta quarta-feira, 11, líderes políticos e empresariais de preferirem cuidar de suas próprias imagens a tomar medidas agressivas na luta contra a mudança climática. A crítica foi feita na Conferência do Clima da ONU (COP-25), realizada em Madri.

"Parece que isso se tornou algum tipo de oportunidade para os países negociarem brechas e evitarem ampliar sua ambição", disse a sueca de 16 anos sob aplausos.

Greta Thunberg fez críticasa líderes políticos e empresariais na Conferência do Clima da ONU (COP-25), realizada em Madri. Foto: Susana Vera/Reuters

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"Eu ainda acredito que o maior perigo não é a inatividade, o real perigo é quando políticos e CEOs estão fazendo parecer que uma movimentação real está ocorrendo quando, na verdade, quase nada é feito além de contabilidade inteligente e relações públicas criativas", acrescentou.

Durante sua fala, a ativista sueca afirmou que, na luta contra a mudança climática, "há esperança, mas ela não vem dos governos nem das empresas", e sim da sociedade e das pessoas, que "começam a despertar" e liderar ações contra essa emergência. 

Veja trecho do discurso de Greta Thunberg na COP-25:

Em Madri, líderes políticos estão lidando com pendências na implementação do Acordo de Paris de 2015, que visa a evitar o aquecimento global catastrófico, incluindo a árdua questão da contabilização das emissões de carbono. Muitas nações e empresas confiam na ideia dos mercados de carbono para cumprir as metas de redução da emissão de gases de efeito estufa e ajudar a limitar o aumento da temperatura entre 1,5ºC e 2ºC acima dos níveis pré-industriais.

Ao final da fala de Greta Thunberg, um grupo com cerca de 50jovens subiu ao palco cantando e pedindo mais açõesdos governos. Foto: Susana Vera/Reuters

Defensores dos mercados de carbono afirmam que podem servir para reduzir o custo de redução de emissões e permitir que os países se comprometam com metas mais ambiciosas. Outros os veem como uma maneira de impedir ações mais agressivas para reduzir as emissões.

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Greta disse que muitas promessas para equilibrar as emissões desse modo excluem o impacto do transporte marítimo, da aviação e do comércio internacional, e pediu uma ação mais rápida.

"Zero em 2050 significa nada se a alta emissão continuar mesmo por poucos anos", afirmou "Para ficar abaixo de 1,5ºC, precisamos manter o carbono no piso", afirmou a ativista, que se tornou um símbolo da indignação da juventude com as gerações mais velhas e as classes políticas por prolongarem a crise ambiental.

Ao final de sua fala, um grupo com cerca de 50 jovens subiu ao palco cantando e pedindo mais ações dos governos./EFE e REUTERS

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