Greenpeace deve ser processado por frase de protesto no Peru

Ativistas escreveram mensagem ao lado do desenho de um beija-flor no sítio arqueológico do Deserto de Nasca e foram criticados

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Por Denise Chrispim Marin
Atualização:

LIMA - A organização ambiental Greenpeace deve ser processada nesta quarta-feira, 10, no Peru por supostos danos causados no sítio arqueológico do Deserto de Nasca, onde estão cravados no solo misteriosos desenhos somente vistos com clareza a centenas de metros de altura. No local, considerado Patrimônio Histórico da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco, na sigla em inglês), de 12 a 15 ativistas da entidade escreveram no último dia 8 a frase "Tempo para a mudança, o futuro é renovável: Greenpeace", em inglês, próximo ao desenho de um beija-flor.

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A iniciativa foi criticada duramente pelo governo peruano. Autoridades do Ministério da Cultura inspecionaram a área e concluíram haver "graves danos" causados pelos ativistas, que não pediram autorização prévia ao governo para ingressar no local nem usaram as planchas protetoras nos pés. Os ativistas teriam se movimentado em uma área de 1.600 metros quadrados. 

O Greenpeace alegou, em sua defesa, que os ativistas ingressaram no local com muito respeito e assessorados por um arqueólogo, segundo o jornal peruano El Comércio. Mas a promotora do Tribunal de Nasca, Patrícia Begazo, abriu processo contra a entidade. A Justiça peruana trabalha para identificar cada ativista envolvido para impedir sua saída do país. 

O vice-ministro peruano de Patrimônio Cultural e Indústrias Culturais, Luís Jaime Castillo, informou à imprensa que eles estarão sujeitos a penas de seis a oito anos de prisão por delito de lesão à cultura. A atitude do Greenpeace, para ele, seria comparável à pichação feita em uma pedra dos 12 ângulos das ruínas de Cuzco.

"Esta gente caminhou em fila indiana e criou uma linha adicional no lugar. Ingressaram sob o amparo da noite. Seu comportamento foi criminoso", afirmou Castillo. O Greenpeace alega que seus ativistas tiveram o cuidado de caminhar sobre uma trilha feita por automóvel. 

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