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Governo tentará mudar texto no Senado

Líder diz que Executivo é contra qualquer política 'que não coíba desmatamentos'

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Por Redação
Atualização:

Mesmo antes da aprovação do projeto do Código Florestal pela Câmara, o governo já tinha avisado que vai trabalhar no Senado para promover modificações no texto do relator, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). O Executivo não concorda com alguns dispositivos do projeto substitutivo aprovado pelos deputados. Caso os senadores promovam as mudanças no texto aprovado pelos deputados, outra batalha será travada na Câmara, porque o projeto retorna à Casa e nova votação terá que ser feita pelos deputados. Só depois da última aprovação é que o texto seguirá à sanção presidencial. A presidente Dilma Rousseff, por sua vez, poderá vetar algum dispositivo do código ou sancioná-lo por inteiro. “O governo não admitirá nenhuma emenda ou artigo que transfira para os Estados a legislação ambiental, que anistie desmatadores, que consolide o que já foi desmatado. Nossa posição é clara. Nós vamos legalizar o que existe e o que pode ser legalizável da agricultura, e vamos proteger o meio ambiente. Somos contra qualquer política que não coíba os desmatamentos”, disse o líder governista, Cândido Vaccarezza (PT-SP). O líder afirmou que o governo tem divergência em relação a alguns pontos do texto aprovado pelos deputados. Além disso, pretende proteger os pequenos produtores que têm propriedades até 4 módulos fiscais às margens dos rios para evitar que essas propriedades sejam comprometidas com reflorestamentos. “Queremos estabelecer punição maior para quem reincidir em desrespeito ao meio ambiente. E vamos encaminhar para a pequena agricultura uma política que não comprometa 100% das propriedades”. O projeto do Código Florestal tramita na Câmara desde 1999. Há quase dois anos, o então presidente da Casa e hoje vice-presidente da República, Michel Temer, criou uma comissão especial para analisar todas as matérias relativas ao código. Nesse período, a comissão realizou quase cem audiências públicas.

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O novo código altera a lei ambiental que estava em vigor desde 1965. Na atual legislação ambiental está prevista a obrigação de reserva legal em todas as propriedades rurais. O percentual de preservação varia de acordo com o bioma: é 80%, na Amazônia, 35%, no Cerrado, e 20% nas outras regiões. Pelo texto aprovado hoje, por exemplo, as propriedades até 4 módulos fiscais (medida que varia de 20 hectares a 440 hectares) não serão obrigadas a recompor a área de reserva legal desmatada. Para esses casos, não haverá obrigatoriedade de percentual mínimo de preservação e será válida para o cálculo qualquer quantidade de vegetação nativa existente até julho de 2008. (Com informações da Agência Brasil)

 

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