Governador do AM atribui alta de queimadas a pecuária e madeireiros
Wilson Lima (PSC) descartou ligação de ONGs aos danos ambientais na região e disse que a responsabilidade pela situação é dele, 'do presidente da República e da sociedade civil organizada'
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Por Giovana Girardi e Pedro Venceslau
Atualização:
SÃO PAULO - Em entrevista à TV Estadão,o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), atribuiu o aumento das queimadas à pecuária e à atividade madeireira e reiterou a importância dos recursos estrangeiros do Fundo Amazônia. Ele também disse não ter sido identificada ligação de ONGs com desmatamento e queimadas ilegais no Estado, como foi insinuado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), mas evitou fazer críticas diretas a ele.
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Lima disse que o Amazonas “tem feito a sua parte” para conter os problemas, com a manutenção de uma equipe permanente de controle. “Assim que começamos a identificar os primeiros focos de calor, determinei o estado de emergência.”
O governador comentou que o monitoramento feito por tecnologias do Estado também costuma ter os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) como referência e que não foi encontrada “discrepância”.
Segundo ele, as principais causas identificadas para a alta das queimadas são a pecuária e a atividade madeireira, além da especulação imobiliária. Diferentemente do que foi alegado pelo presidente nesta semana, afirmou que não foi identificada qualquer ação ilegal cometida por alguma ONG.
Disse também que o monitoramento conseguiu identificar alguns responsáveis por queimadas, mas que há dificuldade pela falta de regularização fundiária da região e pelo número insuficiente de fiscais. “Nós temos feito tudo que é possível dentro da possibilidade que nós temos."
Lima afirmou que há um "discurso de permissividade”, com o entendimento de que “tudo pode”, mesmo quando os responsáveis são notificados. “As pessoas que cometem crime têm que ser punidas com rigor da lei.”
Ele criticou, contudo, o que chamou de “pirotecnia” com que líderes mundiais têm se manifestado sobre o assunto, como o presidente francês Emmanuel Macron, e aponta que isso pode ter impactos econômicos “significativos”. “Causa uma imagem muito ruim”, alegou. “Há a necessidade de preocupação do governo do Estado, do governo federal, mas é uma questão interna do Brasil.”
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Em relação ao Fundo Amazônia, disse aguardar um posicionamento federal, mas que concorda com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de que é necessária uma aproximação do fundo com as “prioridades da Amazônia”. “Precisa haver um encontro dos recursos com as políticas públicas”, aponta. “Não adianta eu fazer uma situação pontual para beneficiar a comunidade A, a comunidade B.”
O governador afirmou, ainda, que os Estados da região amazônica estão discutindo alternativas para os recursos estrangeiros, de países como Alemanha e Noruega, sejam repassados diretamente aos Estados ou através de um novo fundo ou um consórcio. “A gente ainda está buscando um modelo de como se faz isso.”
Atos em defesa da Amazônia se espalham pelo País e pelo mundo
1 / 21Atos em defesa da Amazônia se espalham pelo País e pelo mundo
Berlim (Alemanha)
Em Berlim, manifestantes que defendem a preservação da Amazônia se concentraram na frente da embaixada brasileira na Alemanha Foto: Odd Andersen/AFP
Berlim (Alemanha)
"Bolsonaro, pare com a destruição da Amazônia", pede manifestante na Alemanha Foto: Odd Andersen/AFP
Berlim (Alemanha)
Além de protestar contra as queimadas e o desmatamento na Amazônia, grupo pede a saída do presidente Jair Bolsonaro, considerado pelos manifestantes o... Foto: Odd Andersen/AFPMais
Paris (França)
Em Paris, o protesto a favor da Floresta Amazônica e contra o presidente Jair Bolsonaro se concentra em frente à embaixada brasileira na França Foto: Zakaria Abdelkafi/AFP
Paris (França)
Cartaz exibido em manifestação em Paristraz mensagens de apoio à Amazônia em português e francês Foto: Zakaria Abdelkafi/AFP
Paris (França)
"É uma parte de cada um de nós que está pegando fogo", diz cartaz laranja levantado por manifestantes na França Foto: Zakaria Abdelkafi/AFP
Londres (Inglaterra)
Em Londres, manifestantes liderados pela organização Extinction Rebellion se reuniram na frente da embaixada brasileira na Inglaterra Foto: Frank Augstein/AP
Londres (Inglaterra)
"Salve o nosso planeta", diz cartaz exibido por manifestante em Londres Foto: Frank Augstein/AP
Londres (Inglaterra)
'Nossa casa está em chamas', diz jovem em referência aos incêndios na Amazônia Foto: Frank Augstein/AP
Berna (Suíça)
Na Suíça, manifestantes protestam em Berna contra o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e sua política ambiental Foto: Peter Klaunzer/EPA/EFE
Berna (Suíça)
'Act now' ('aja agora'): manifestantes em Berna pedem reação às queimadas e ao desmatamento na Amazônia Foto: Peter Klaunzer/EPA/EFE
Berna (Suíça)
Manifestante na Suíça alerta que a situação na Amazônia é uma "emergência" Foto: Peter Klaunzer/EPA/EFE
Barcelona (Espanha)
Na Espanha, manifestantes defenderam a Amazônia em ato em Barcelona Foto: Lluis Gene/AFP
Barcelona (Espanha)
Os manifestantes cobram medidas do governo brasileiro para conter as queimadas e o desmatamento na Amazônia Foto: Lluis Gene/AFP
Barcelona (Espanha)
Cartaz exibido em Barcelona, na Espanha, afirma que "não é fogo, é capitalismo", em referência às queimadas na Floresta Amazônica Foto: Lluis Gene/AFP
Amsterdã (Holanda)
Os ativistas do Extinction Rebellion lideraram protesto em defesa da Amazônia em Amsterdã, na Holanda Foto: Romy Fernandez/AFP
Amsterdã (Holanda)
Em Amsterdã, manifestante carrega cartaz em que protesta contra o "genocídio indígena", a "destruição ambiental", a "desregulação de pesticidas" e a "... Foto: Romy Fernandez/AFPMais
Amsterdã (Holanda)
Manifestantes que protestam contra a destruição da Amazônia se reuniram na Holanda Foto: Romy Fernandez/AFP
Mumbai (Índia)
Na Índia, manifestantes fizeram atos em defesa da Amazônia em Mumbai Foto: Indranil Mukherjee/AFP
Mumbai (Índia)
Para chamar a atenção sobre osproblemas da Amazônia, manifestante indiano protestou com uma máscara verde Foto: Indranil Mukherjee/AFP
Mumbai (Índia)
Manifestantes se reuniram em frente à embaixada brasileira na Índia Foto: Indranil Mukherjee/AFP