Frio na Antártida bate recorde do século 21

Nevasca confina cientistas brasileiros na Estação Comandante Ferraz durante três dias

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Por Carlos Orsi
Atualização:

A nevasca que confinou os cientistas brasileiros na Antártida à Estação Comandante Ferraz de domingo a terça-feira foi uma manifestação da primavera mais fria registrada, nos últimos 11 anos, no continente gelado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mantém uma base meteorológica nos arredores da estação.

 

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Os números do fechamento de novembro apareceram num quadro de avisos da estação, e contêm, além do recorde de frio na região para o século 21, as informações de que o mês de novembro foi 2°C mais frio que a média para o período; já o ano de 2009, como um todo, está 1°C abaixo da média histórica.

 

A causa exata desse resfriamento da parte mais fria da Terra ainda é motivo de debates e pesquisas, mas com a folga na nevasca os pesquisadores em Ferraz, mais de 50, retomam plenamente suas atividades já na manhã desta quarta-feira.

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Pelo menos quatro expedições de cientistas deixarão a estação a partir das 9h da manhã, sendo que uma delas, saindo no início da tarde em busca de áreas de reprodução de aves marítimas, só deve retornar após as 22h. Será uma caminhada longa, mas não às escuras: praticamente não existe mais noite nesta parte do mundo nesta época do ano, em bora o chefe da estação, Glênio Borges, tenha dito que a lua cheia, que deve aparecer hoje, é linda - quando o céu limpa o suficiente para que possa ser avistada.

 

Nesta madrugada finalmente chegou a Ferraz no navio Ary Rongel, de apoio a pesquisas científicas. O Rongel atrasou sua partida de Punta Arenas, no Chile, em cerca de uma semana, por causa de problemas mecânicos, o que atrasou o andamento de diversos projetos em Ferraz. Entre o atraso do navio e a neve que impedia expedições ao ar livre, vários cientistas se viram paralisados pelas circunstâncias. A partir de hoje, no entanto, isso deve mudar.

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