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Europa precisa de novas regras para lixo nuclear, diz relatório

A energia nuclear é apresentada por seus defensores como uma alternativa à queima de combustíveis fósseis

Por REUTERS
Atualização:

Um esboço de relatório vazado da Comissão Europeia diz que a Europa deveria resolver o problema do lixo nuclear forçando a indústria a pagar para que ele fosse estocado nas profundezas do subsolo, onde seria supervisionado por sentinelas independentes.

 

"A situação atual da administração do combustível gasto e do lixo radioativo nos Estados-membros da UE não é satisfatória", diz o texto.

 

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O comissário de Energia da Europa,  Guenther Oettinger, vai propor novas regras com força de lei em 3 de novembro, para abrir um caminho mais seguro para a renascença da geração nuclear de energia em países como Reino Unido e Alemanha. 

 

A energia nuclear é apresentada por seus defensores como uma alternativa à produzida pela queima de combustíveis fósseis, e que gera gases causadores do efeito estufa.

 

A melhor opção para dispor do combustível nuclear usado é um "depósitos geológicos profundos" - cavernas em rochas argilosas ou de granito com 100 a 700 metros de profundidade - diz o relatório, que vai informar a futura diretriz europeia para lixo nuclear.

 

A região produz cerca de 50.000 metros cúbicos de lixo radioativo, dos quais cerca de 500 metros cúbicos são muito ativos, diz o grupo Foratom, que representa a indústria do setor.

 

Grupos contra o uso da energia nuclear saudaram as medidas para garantir maior controle público, avaliação independente do lixo e o pagamento dos custos pelas operadoras nucleares, e não pelos contribuintes.

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Mas acusaram os assessores de Oettinger de ignorar as sérias dúvidas que existem a respeito dos depósitos subterrâneos.

 

"Há lacunas na ciência, e nenhum depósito existe atualmente, ainda assim a comissão alega que se trata de um método comprovado", disse Jan Haverkamp, do Greenpeace. "Tememos que uma área de despejo possa lançar lixo nuclear de alto nível no lençol freático por centenas de milhares de anos".

 

A Foratom responde que 30 anos de pesquisa no desenvolvimento de depósitos profundos provam que o método é factível. "Como uma barreira natural, a formação rochosa garantirá a segurança ainda melhor do que seres humanos poderiam", disse o representante Christian Taillebois.

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